A baixa procura pelas doses de reforço das vacinas contra o coronavírus é motivo de preocupação para o médico infectologista Eduardo Sonda. Na avaliação do profissional, a queda na taxa de imunização pode provocar novos surtos da doença no futuro, repetindo o que aconteceu em 2020 e 2021. No primeiro semestre deste ano, Santa Cruz do Sul teve quase o mesmo número de casos de Covid-19 do que a soma dos últimos dois anos, conforme as informações da Secretaria Municipal de Saúde. Ao mesmo tempo, mais de 36 mil santa-cruzenses estão com a primeira dose de reforço atrasada.

Sonda afirma que os dados chamam a atenção dos médicos. “Comentávamos entre os colegas que neste ano parecia haver mais casos do que no auge da pandemia. Em algumas semanas eram realmente muitos atendimentos”, disse em entrevista à Rádio Gazeta.

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Ele também destacou a importância da imunização para prevenir os casos graves. “Foram muitas consultas em pronto-atendimento, postos e consultórios, mas nos hospitais a situação não equivaleu ao ano passado.” Lembrou ainda que as vacinas são eficazes, mas não impedem que a doença seja contraída, sobretudo com a suspensão de quase todos os protocolos de segurança.

Ainda sobre a proteção, o infectologista ressaltou que a população com mais de 60 anos é menos protegida mesmo com as vacinas atualizadas, bem como pessoas com comorbidades e portadoras de condições que reduzem a imunidade, como tratamento contra o câncer. “Tudo isso influencia, diminui a eficácia da vacina. Essa pessoa, se for exposta ao coronavírus, pode desenvolver um quadro mais grave”, explicou.

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Em relação ao perfil dos óbitos, que chegaram a 43 neste ano em Santa Cruz em decorrência da Covid-19, Sonda observou que na maioria são pacientes idosos com comorbidades. “O coronavírus geralmente não é a causa única, a pessoa já tem algum agravo de saúde. É como uma corda que está prestes a se romper, aí o coronavírus é o que rompe.” Conforme o último boletim divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, o município tem três pacientes internados no Hospital Santa Cruz e um no Hospital Ana Nery, além de 408 pessoas em tratamento domiciliar.

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