Com um investimento que deve chegar a mais de R$ 100 milhões, a duplicação do trecho urbano da BR-471 pode se tornar uma das maiores obras públicas de Santa Cruz. Os trabalhos, que devem se estender por mais de dois anos, vão incluir, além da ampliação da via, a implantação de passarelas e novas rotatórias. Na próxima sexta-feira, será aberta a licitação do primeiro lote da etapa inicial da obra.
A Gazeta do Sul teve acesso aos detalhes do plano da Prefeitura. Serão ao todo quatro etapas, alcançando toda a extensão de nove quilômetros entre o trevo do Gaúcho Diesel e o Distrito Industrial. O trecho está sob jurisdição do Município desde 2014, a partir de um convênio com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). A municipalização foi buscada pelo então prefeito Telmo Kirst já com vistas à viabilização da duplicação, que é discutida há mais de década, em função da expansão populacional e industrial às margens da rodovia.
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Até o momento, o governo conta apenas com o projeto finalizado da primeira etapa, que foi doado pela Associação de Entidades Empresariais (Assemp) e autorizado pelo Dnit. O trecho em questão vai do Gaúcho Diesel até o entroncamento com a Rua Coronel Oscar Jost e é considerado um dos mais importantes pelo aspecto econômico, em função da grande concentração de empresas.
A expectativa é de que até agosto seja entregue o projeto da segunda etapa, que vai do trevo do Bom Jesus até a região do Hospitalzinho, onde há uma crescente densidade populacional devido aos novos complexos habitacionais. O trecho é o que vai receber mais intervenções, pois o principal objetivo é tornar o deslocamento interbairros mais seguro, sobretudo para pedestres. Estão previstas, por exemplo, pelo menos quatro passarelas.
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Também é o único dos trechos onde haverá uma duplicação “pura” – ou seja, com uma nova rodovia. Nos demais, como a prioridade é facilitar o acesso às empresas, serão implantadas alças laterais, cujo propósito principal é dar mais segurança para quem acessa a estrada.
De acordo com o diretor de Projetos da Secretaria de Planejamento, Daniel Feuerharmel, o governo espera, no mínimo, concluir as duas primeiras etapas ainda na atual gestão, ou seja, até o fim de 2024. “Vemos muitas empresas com chão batido na frente. E quando pega um fluxo grande de caminhões, o trânsito tranca. A rodovia carece de intervenção principalmente nesses dois trechos, por isso são nossa prioridade”, observou. O último trecho a ser executado será o da Estação Rodoviária, onde já existem alças laterais.
A previsão, por enquanto, é de que não haverá necessidade de desapropriações de áreas. Isso, porém, só vai ser definido quando todos os projetos estiverem prontos.
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O investimento, que a prefeita Helena Hermany (PP) deseja transformar no cartão-postal de sua gestão, deve consumir mais da metade do financiamento de R$ 200 milhões a ser assinado pela Prefeitura com a Caixa Econômica Federal. A operação de crédito foi autorizada pela Câmara de Vereadores na semana passada.
Trecho 1
Vai do Trevo do Gaúcho Diesel, no entroncamento com a RSC-287, até o acesso ao Centro pela Rua Coronel Oscar Jost, e é onde ficam as instalações de empresas como Germani Alimentos, Dupont, Box Distribuidor e Stok Center. Com cerca de dois quilômetros, o trecho deve receber duas alças laterais, uma de cada lado da pista. Também estão previstas duas novas rotatórias, uma no acesso ao campus da Unisc e outra na altura da Oscar Jost. O trecho foi dividido em dois lotes, que já estão em fase de licitação. A abertura da concorrência para o primeiro lote será na próxima sexta-feira. Já a abertura do segundo lote ocorrerá no dia 29. O investimento é estimado em R$ 27 milhões.
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Trecho 2
Compreende cerca de três quilômetros entre o trevo do Bom Jesus e a ponte próxima ao Hospitalzinho, trecho que atravessa alguns dos bairros mais populosos e carentes do município. Também é o trecho mais longo e o único que deve receber uma duplicação “pura”, passando a contar com quatro pistas separadas por um canteiro. A maior parte da nova rodovia deve ficar à esquerda de quem segue em direção ao Distrito Industrial. Também estão previstas pelo menos quatro passarelas de pedestres: uma no trevo do Bom Jesus, para permitir acesso ao Lago Dourado, e as demais no trevo do Santa Vitória, no Loteamento Mãe de Deus e junto ao Hospitalzinho. Os mesmos pontos vão receber novas rotatórias. O projeto deve ser entregue à Prefeitura em agosto, e a previsão é que esse trecho seja licitado até o fim deste ano. Também deve ser a parte mais cara da obra, com custo estimado entre R$ 30 e R$ 40 milhões.
Trecho 3
Vai da ponte após o Hospitalzinho até o final do trecho urbano, junto ao Distrito Industrial, e abrange a área onde fica a empresa Xalingo e a central de distribuição da Afubra, entre outros. São cerca de 2,5 quilômetros. O trecho também deve receber alças laterais, com custo entre R$ 27 milhões e R$ 30 milhões. O projeto deve ficar pronto até o fim do ano e a licitação deve ocorrer apenas em 2023.
Trecho 4
Vai do entroncamento com a Rua Coronel Oscar Jost até o trevo do Bom Jesus, passando pela Rodoviária e por empresas como Pitt, Prato Feito e Havan. Com cerca de 1,5 quilômetro, é o último trecho que será executado. Nesse caso, como já existem alças laterais na altura da Rodoviária, a previsão é apenas revitalizá-las.
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