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CONTRAPONTO

Violência: nada de novo

Quem regularmente lê jornais e assiste a telejornais fica com a certeza de que há um crescimento da criminalidade, da violência e dos atos de covardia. Pequenos e grandes assaltos, roubos e furtos de tudo quanto possível (com destaque aos celulares!) e, ultimamente, com os sequestros rápidos com vistas às transferências bancárias via Pix.

Especialmente, não escapam à violência e aos atos de covardia as mulheres, as crianças, os idosos e – por que não – os animais domésticos. Em verdade, não há nada de novo quanto à prática dos atos de violência, das mortes, dos abusos, dos feminicídios, da homofobia e da xenofobia, entre outros atos covardes. Parênteses: no Brasil, o total de homicídios tem caído ano a ano. Registro recente apontou a menor taxa de mortes diárias nos últimos dez anos. Mas ainda absurdas e diárias 130 mortes. Mundialmente, somos uma das nações que mais matam!

Repito, não há nada de novo quanto à prática da violência. O que há de novo, e já faz alguns anos, é que praticamente todos os locais públicos e particulares têm instalado câmeras de vigilância, entre outros recursos tecnológicos. Além disso, mais importante e revelador é que, atualmente, todos, rigorosamente todas as pessoas, têm um celular nas mãos. Em outras palavras, têm uma câmera fotográfica, uma filmadora.

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Logo, filmado ou gravado qualquer ato violento e criminoso, tanto pelas câmeras fixas de vigilância quanto pelos celulares, em questão de minutos a gravação “cai” nas redes sociais e nos arquivos policiais. Consequentemente, nos jornais e telejornais de todo o mundo. Violência: não há nada de novo! Tudo isso, comportamento humano negativo, que estamos assistindo diariamente, sempre ocorreu no passado. É da natureza humana. Somos territoriais (como os bichos), possessivos, rancorosos, invejosos, ciumentos, etc. Está no nosso DNA.

Lógico, os números negativos também guardam relação com o crescimento populacional e a consequente ocupação do espaço físico e a disputa das oportunidades de trabalho e renda. Esses, quando satisfeitos, são itens capazes de “aquietar o bicho que em nós habita”. Mas não “aquieta” em definitivo.

Ainda como agravante, importa acrescentar também o aumento da drogadição e do narcotráfico, sinônimos de crimes e mortes. Embora o homem sempre tenha usado drogas, historicamente.
Duvida que a violência está no nosso DNA? Sugiro a releitura de alguns clássicos da literatura. Sobre filosofia, história, religião e psicanálise, por exemplo. E guerras!

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