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Promessa dos tabuleiros

Maria Eduarda Garcia se destaca no xadrez nacional

Com sua inseparável bonequinha, Maria Eduarda foi registrada no instante anterior ao lance que a deu o título de campeã brasileira | Foto: Divulgação/CBX

A pequena enxadrista Maria Eduarda Tischler Lema Garcia é uma promessa do xadrez gaúcho. Com apenas oito anos, ela acumula títulos na modalidade e já está de malas prontas para participar do Pan-Americano de Xadrez, que será realizado de 25 de junho a 2 de julho em Montevideo, no Uruguai. A vaga foi conquistada após a menina se consagrar campeã brasileira de Blitz e campeã brasileira de Clássicas, na categoria sub-8, após duas vitórias por xeque mate – ela também ficou vice-campeã no Ritmo Rápido. O Campeonato Brasileiro de Xadrez foi realizado de 1º a 5 de junho em Natal, no Rio Grande do Norte, promovido pela Confederação Brasileira de Xadrez (CBX). 

Foram 19 partidas jogadas em cinco dias de competição, onde a enxadrista não perdeu nenhum jogo no tabuleiro, teve apenas uma derrota por erro técnico. A vitória de Maria Eduarda na tradicional competição, realizada há 98 anos no Brasil, também garantiu uma vaga no Campeonato Mundial de Criança, que será realizado na Geórgia, na Europa, no próximo mês de setembro. Todo incentivo para trilhar sua jornada no mundo do xadrez começou em casa, onde a jovem conta com o suporte incondicional dos pais, o juiz federal Eduardo Vandré Lema Garcia e a servidora pública Tiana Willig Tischler. “Nós sempre ficamos tensos, mas estamos muito felizes por ela. A meta é sempre se divertir, fazer amizades e brincar”, comenta a mãe. 

A trajetória de Maria Eduarda no xadrez começou cedo, com apenas quatro anos, mas sua participação em campeonatos se deu apenas este ano. Desde janeiro, já são muitas medalhas, troféus e histórias colecionadas. A primeira vitória foi no tradicional Floripa Chess Open, onde conquistou o primeiro lugar na categoria feminino sub-8 e o quarto lugar no geral sub-8, feminino e masculino. Em março, a garota também ficou em primeiro lugar no feminino adulto no Meeting Wizard de Xadrez. Já no mês de maio, veio a primeira posição no Certame Amador de Santa Cruz do Sul, promovido pelo Sesc, e o título de Campeã Pan-americana de Rápidas (10+3) on-line, evento organizado pela Federação Uruguaia de Xadrez.  “O grande mérito da Maria é todo o esforço dela”, orgulha-se o pai.

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Paixão que vem de berço

Maria Eduarda Tischler Lema Garcia é promessa no xadrez gaúcho
Foto: Divulgação/CBX

Na residência da Maria Eduarda Tischler Lema Garcia, em Santa Cruz do Sul, os tabuleiros de xadrez podem ser encontrados em diferentes cômodos. A paixão da menina pela modalidade foi herdada do pai, Eduardo Vandré Lema Garcia, que é enxadrista desde criança. “Aprendi com os amigos na década de 70, inspirado no santa-cruzense Henrique Mecking, Grande Mestre Brasileiro de Xadrez e que foi considerado o terceiro melhor do mundo”, conta. Atualmente, pai e filha jogam xadrez todos os dias. “Nossa filha demonstrou interesse com apenas quatro anos, quando me viu jogar no tabuleiro virtual. Desde o princípio ensinei o xadrez sério, mas sem perder a ludicidade. Os méritos são todos dela, que gosta do jogo, estuda e pratica muito diariamente.”

Na rotina dos enxadristas, tem estudos sobre os grandes mestres, as melhores jogadas e toda beleza estética da prática. “Fico feliz que consegui passar o lado belo do xadrez para nossa filha”, argumenta. Além de toda troca com o pai, Maria Eduarda treina na escola desde setembro do ano passado. No Colégio Mauá, é orientada uma vez por semana pelo técnico Flávio Schedler. Em 2021, a menina passou a ter aulas semanais com a Mestre Nacional de Xadrez Isabella Conti, que foi campeã brasileira diversas vezes. Atualmente, também é orientada pelo grande mestre André Diamant, em três encontros semanais. Pai e filha ainda jogam em um tabuleiro conectado na internet, que reproduz as jogadas dos adversários através de sinais luminosos. “Isso permite uma experiência real de jogo, porém, contra atletas de todo o mundo”, esclarece Garcia.  

A expectativa dos pais é continuar com os estímulos para a pequena atleta, mas sempre respeitando as vontades da progênita. “A Maria Eduarda tem muito futuro no xadrez se continuar estudando e treinando, mas essa é uma escolha dela”, garante o pai, que hoje em dia já é vencido com facilidade pela filha. “O xadrez não é só ganhar ou perder, ensina a não desistir, mesmo diante das dificuldades. Quero continuar dando demonstrações de coragem”, diz Maria Eduarda, que está no segundo ano do Ensino Fundamental e ainda divide a paixão pelo xadrez com outros hobbies: violino, piano e ginástica rítmica.

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