Um jogador santa-cruzense tem se destacado no futebol nacional nas últimas temporadas. Atualmente em disputa com o Manaus na Série C do Campeonato Brasileiro, esteve na campanha do Brusque durante a Série B em 2021. Neste ano, foi campeão amazonense e em 2020, conquistou a Recopa Catarinense. 

Claudinho, de 32 anos, começou a carreira no Avenida em 2010, mas também passou pelo Santa Cruz nas categorias de base. Passou por Cruzeiro-RS, Metropolitano-SC, Juventude-RS, Ypiranga-RS e São José-RS. Em 2019, esteve novamente no Periquito durante a disputa do Gauchão.

A infância de Claudinho foi humilde. Criado no Bairro Boa Esperança, atual Santa Vitória, o futuro jogador lembra de ser uma criança feliz, embora com muitas adversidades devido às condições financeiras da família. “Pessoas que estiveram na minha vida me ajudaram muito. Tive que correr atrás do meu sonho. Criei amizades verdadeiras que cultivo até hoje. Tenho orgulho de ser da vila. Isso me fortalecer mais ainda.”

O futebol esteve presente desde os primeiros passos. A bola o acompanhava por onde estivesse. O pai era um amante do esporte e o incentivava. “O futebol é a minha vida. Única coisa que fiz até hoje. Tudo o que tenho foi proporcionado pelo futebol. Fruto de muito trabalho. Me tornei um ser humano do bem por ter aprendido o que era certo. Vi os dois lados onde eu morei.”

Entre todos os que colaboraram na caminhada para que se tornasse um atleta profissional, Claudinho destaca a avó, Sueli Terezinha de Souza. “Ela segue morando no mesmo lugar. Não tenho nem palavras para dizer o quanto eu amo ela. O quanto ela é importante para mim. A gente não faz nada sozinho e ela é uma das pessoas pelas quais eu sou muito grato.”

Projetos sociais de Santa Cruz do Sul permitiram que Claudinho pudesse se desenvolver no futebol. Para ele, não basta querer ou ter talento. É necessário ter a sorte de estar no momento certo para que determinadas coisas aconteçam. “As coisas se encaixaram. Acabei recompensado por me dedicar bastante desde muito cedo. Consegui me tornar um atleta por treinar muito e pelas oportunidades que surgiram.”

Já com a experiência acumulada no futebol, Claudinho transmite os conhecimentos aos mais jovens por meio das histórias da sua trajetória. “Se eu consegui, muitos outros garotos podem conseguir. Atualmente há muitos recursos. Tem que ter vontade e determinação. Espero ajudar de alguma maneira. Ficaria feliz se surgissem novos Claudinhos. Quem acredita sempre alcança. Quem corre atrás consegue o seu lugar ao sol.”

O início da carreira foi marcante. Faltava passagem para o ônibus, chuteira e uniforme para os treinos. Claudinho define-se como um homem abençoado por ter recebido apoio nessa época difícil. Ele agradece aos anjos da guarda que apareceram para o manter no caminho do sonho. “Sempre procurei ser honesto com todos, ser um cara do bem. Acredito muito que o destino nos reserva o que a gente merece. Agradeço por me tornar a pessoa que me tornei. Busco ajudar as pessoas como posso.”

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Claudinho gosta de estar sempre com a esposa Bruna e os filhos Arthur e Gabriel, de sete e dez anos, respectivamente. Uma das histórias de vida que ele contou aos garotos é justamente a fase das categorias de base. “O dinheiro que eu tinha era para a passagem. Mas muitas vezes eu ia a pé para poder comer um lanche. É algo que me faz dar muito valor ao alimento. Ensino a eles sobre não desperdiçar. Até mesmo sobre dinheiro. Como é o esforço para conquistar.”

Na carreira, Claudinho acumula quatro acessos. Cruzeiro (campeão da Divisão de Acesso em 2010), Juventude (vice-campeão da Série D do Brasileiro em 2013), Ypiranga (semifinalista da Série D do Brasileiro em 2015) e Brusque (quarto colocado na Série C do Brasileiro em 2020). Com o Manaus, o zagueiro busca mais um acesso. O clube está em terceiro na Série C e vai buscar uma vaga na segunda fase da competição. Sobre a vida no Amazonas, Claudinho diz que é um desafio se adaptar ao clima quente, mas gostou do acolhimento que teve ao lado da família. “Gostamos daqui e estamos vivendo experiências únicas.”

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