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ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Encontro em Vale Verde resgata a longa história das sementes crioulas

Foto: Rafaelly Machado

Além de especialistas, produtores rurais compartilharam conhecimentos durante o 5o Encontro Regional, promovido pela Emater

O ginásio da Comunidade Evangélica de Vale Verde sediou, nessa terça-feira, 21, o 5º Encontro Regional das Sementes Crioulas. O evento, promovido pela Emater/RS-Ascar em parceria com a Prefeitura, iniciou pela manhã com palestras e depoimentos de agricultores que aderiram ao uso das chamadas espécies puras para a produção.

Schuch: expectativa por investimento

A necessidade mundial de que seja ampliada a produção de alimentos foi ressaltada pelo prefeito anfitrião, Carlos Gustavo Schuch. “Recebemos uma comitiva da Alemanha, no ano passado, que ressaltou a importância da geração da energia limpa e de mais alimentos”, destacou. Segundo ele, os visitantes mostraram pesquisas que evidenciam que a produção não será suficiente para a necessidade dos humanos em até 50 anos. 

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Ainda conforme Schuch, existe a expectativa de que seja instalada uma usina de captação e geração de energia, com possibilidade de consorciar produção de alimentos na mesma área. O investimento, afirma o prefeito, pode chegar a R$ 600 milhões, a depender da adaptação à legislação brasileira. “Vamos incentivar para que seja de alimentos saudáveis, valorizando o fator histórico e os produtores locais”, acrescentou. 

Além do acesso às inovações que podem ser percebidas no setor, os participantes almoçaram e tiveram a oportunidade de adquirir produtos locais, sementes e artesanatos. Também conheceram o potencial do turismo rural na região. 

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Uma tradição indígena

Aos 63 anos, Lúcia de Oliveira resgata a cultura dos pais ao plantar sementes crioulas

Lúcia de Oliveira, de 63 anos, estava orgulhosa ao olhar para o estande e apontar os pacotes com sementes variadas de milho e feijão, todas crioulas. O espaço também tinha pães, doces e cucas feitos a partir da colheita na propriedade. Mais do que uma produtora feliz com o resultado do próprio trabalho, Lúcia é indígena e, ao utilizar as sementes puras, faz um resgate da história da família. “Meus pais plantavam muito. Eles se criaram na fronteira. Eu acabei não dando sequência a esse trabalho. Então, aqui, o pessoal da Emater veio com um punhado de sementes e adotei a ideia. Hoje, planto de tudo”, afirma. 

A indígena entende que o fato de não utilizar produtos químicos na lavoura pode interferir na produtividade, mas relativiza essa situação. “A gente tem que pensar no melhor. Deus criou tudo e se tiver que dar, é bom. Se não der, paciência.” E tem dado certo. Planta milho com seca ou chuva e tem conseguido bons resultados. No encontro, Lúcia e o produtor rural e engenheiro agrônomo Felipe Huff fizeram relatos dos trabalhos. 

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Incentivo à manutenção das sementes crioulas

Engenheiro agrônomo da Emater de Porto Alegre, Ari Uriartt é um defensor da manutenção do cultivo das sementes crioulas, que são as espécies puras, sem características híbridas e mudanças genéticas. Durante palestra, reforçou que há mecanismos de incentivo à utilização, como a compra institucional.

O Brasil tinha o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que passou a ser chamado de Programa Alimento Brasil (PAB). Desde 2018, porém, não é lançado edital para a compra de produtos a partir das sementes crioulas. “Precisamos fazer pressão para que os governantes retomem essa prática, o que beneficia os agricultores e as pessoas que receberão os alimentos”, incentiva. 

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O público ainda acompanhou palestra com a engenheira agrônoma Tatiana Schiavon de Albuquerque, da Cooperfumos/MPA. Ela tratou sobre o resgate, produção e multiplicação das sementes crioulas.

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