Mais um produto muito consumido pelos brasileiros entra para a lista dos itens que tiveram uma elevação no preço: o leite. O litro do tipo UHT, que em janeiro ficava perto dos R$ 4,00, agora chega a quase R$ 7,00. Em entrevista para a Rádio Gazeta FM 107,9, o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, informou que o reajuste foi de 25% a 30%.
Palharini explica que os produtores estão lidando com alta nos insumos e outras questões que também prejudicam, como o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. “A guerra impacta alguns insumos, principalmente fertilizantes. Em 2021 tivemos impacto no preço do milho. Na questão do leite e derivados, segurou-se até onde dava e mesmo assim, como consequência, alguns produtores não conseguiram se manter. Se não fizéssemos esse reajuste, provavelmente teríamos uma debandada muito grande de produtores, o que já aconteceu nos últimos cinco anos, com milhares deixando a atividade.”
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O extensionista rural Vivairo Zago, da Emater/RS-Ascar, diz que o custo de produção se elevou muito, o que influenciou o aumento do preço pago ao produtor, gerando consequências no bolso do consumidor final. Zago destaca que a estiagem registrada no fim do ano passado também afetou, mas a principal causa está no custo dos insumos para a produção de pastagem, silagem e ração. “Tudo está em cima do milho e da soja. E o preço dos fertilizantes subiu. Então, na verdade, parte do custo de produção foi repassada para viabilizar a atividade.” Zago reforça que muitos produtores desistiram.
A diminuição da oferta é também uma consequência da estiagem. “Muitos produtores reduziram o rebanho em função da seca. Houve muito descarte de animais porque não havia alimentos. Em função disso, ocorreu a redução da oferta. Isso forçou a elevação do valor pago para o produtor.”
Difícil também para o produtor
O produtor de leite Davi de Moraes Gass atua na área desde 2004. Ele conta que não pensou em deixar a atividade, mas já soube de muitos que saíram. “Nós investimos muito, então não dá nem para pensar nisso agora.” Ele salienta que percebeu alta nos preços do diesel, adubo, ureia e energia elétrica. “Tudo é caríssimo”, desabafa.
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No último ano, conforme Gass, os insumos inflacionaram muito. Um saco de adubo pelo qual costumava pagar R$ 120,00 passou para R$ 280,00, por exemplo. Ou seja, uma alta de 133%. “O leite aumentou, mas tinha que ter subido mais, pelo custo da produção. Hoje, nós tínhamos que estar ganhando R$ 3,20 o litro para acompanhar o que aumentou, e não estamos nem a R$ 3,00. No último mês, nos pagaram R$ 2,87.”
Pesquisar é alternativa para o consumidor
O secretário-executivo do Sindilat aconselha o consumidor a pesquisar para garantir um preço mais amigável. “O aplicativo da Nota Fiscal Gaúcha também é uma alternativa. O leite UHT de caixinha é de grande consumo, principalmente para as faixas da população com renda limitada. Isso acaba nos deixando preocupados, porque são alimentos básicos do dia a dia da população”, observa Darlan Palharini. A expectativa é de que se consiga uma estabilidade nos preços, já que a segunda safra de silagem foi um pouco melhor.
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A Gazeta do Sul acessou na tarde dessa segunda-feira, 20, o aplicativo do Nota Fiscal Gaúcha, onde é possível comparar preços em alguns supermercados de Santa Cruz do Sul e demais municípios gaúchos. Uma das marcas mais tradicionais pode ser encontrada por preços como R$ 5,79, R$ 5,95, R$ 5,98 e R$ 6,99.
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