Em meio à escalada do coronavírus no Brasil, uma das principais preocupações das autoridades envolve o sistema de transporte coletivo, do qual dependem milhões de pessoas. Em Santa Cruz do Sul, embora venham adotando medidas preventivas, empresas do setor já percebem redução no volume de passageiros desde o início da semana.
Nas linhas urbanas, utilizadas por cerca de 18 mil pessoas todos os dias, a queda chegou a cerca de 30%, segundo estima o gerente do Consórcio TCS, Zaqueu Forgiarini. Conforme ele, após reuniões com a Secretaria Municipal de Transportes e a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados (Agerst), a concessionária adotou um conjunto de providências.
As medidas incluem o reforço na disponibilidade de álcool gel, orientação aos motoristas para que estimulem os usuários a higienizar as mãos e intensificação da limpeza dos 53 veículos. Outra medida é o destravamento das janelas para que possam permanecer abertas. Os ônibus em que não é possível destravar foram remanejados para a reserva e serão utilizados apenas em situação de emergência.
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Já a Viação União Santa Cruz, que opera linhas intermunicipais e possui quase 200 ônibus, além do reforço na higienização, instalou dispensers de álcool gel na entrada dos veículos e está orientando passageiros com sintomas que não viajem.
“E nesses casos, a viagem pode ser remarcada sem cobrança de nenhuma taxa. É uma questão de bom senso”, alegou o vice-presidente da empresa, Flávio Paskulin. Para o executivo, a tendência é que haja queda de passageiros. Até agora, porém, foram paralisadas apenas as linhas que atendiam a Unisc, devido à suspensão das aulas presenciais.
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As linhas interdistritais também devem sofrer alterações já que, segundo o gerente da Sayonara, Josias Sulzbacher, a procura entre os moradores do interior despencou. “As pessoas estão evitando vir para a cidade. Provavelmente vai ser drástica a queda de passageiros”, projetou.
Com a suspensão das aulas, algumas linhas que eram diárias devem passar a ser semanais ou até quinzenais, conforme a demanda. Com cerca de 20 ônibus, a empresa também orientou cobradores a manterem as janelas abertas, determinou o reforço da higienização e incluiu álcool gel nos veículos.
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Segundo a infectologista e médica de família Cristiane Hernandes, a orientação aos usuários por enquanto é tomar cuidados básicos, como não utilizar o transporte coletivo se tiver sintomas e evitar horários de maior movimento.
Ela admite, no entanto, que o quadro pode se tornar mais preocupante a partir do momento em que houver casos de transmissão comunitária no Rio Grande do Sul – ou seja, quando não é possível identificar a trajetória de infecção do vírus.
Ainda conforme ela, embora medidas como intensificação da limpeza de veículos sejam bem-vindas, atitudes individuais, como higienização constante das mãos, podem ser mais efetivas para frear a disseminação.
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COMO SE PROTEGER
Confira algumas dicas da infectologista Cristiane Hernandes para usar o transporte coletivo com segurança em meio ao surto de coronavírus.
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Evite horários de pico
Quem não tem compromisso com hora marcada, o melhor é evitar os horários de maior movimento, que são utilizados por quem precisa se deslocar para trabalhar ou tem tarefas que não podem ser adiadas.
Tem sintomas? Não vá
Quem apresenta sintomas, não deve utilizar o transporte coletivo para não contaminar os demais passageiros. Nesse caso, a orientação é entrar em contato com o empregador por telefone para discutir a situação e procurar atendimento médico.
Cuide as janelas
É importante que os veículos sejam mantidos sempre o mais arejados possível. Assim, observe se as janelas estão abertas e, se não estiverem, verifique com o motorista ou cobrador se é possível destravá-las.
Higienize as mãos
Sempre que encostar em alguma superfície no interior do veículo – como bancos, alças ou barras de apoio –, higienize as mãos assim que possível com álcool gel ou água e sabão.
Trabalhe em casa, se puder
Embora não haja motivo para pânico, se houver a possibilidade de trabalhar de casa, é uma boa opção.
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