Foram dez anos de trabalho e constante evolução. Desde a primeira edição em que participou do Baja SAE Brasil, a equipe Baja de Galpão busca o tão sonhado título, que escapou nos últimos anos. Em 2020, no entanto, a história foi diferente.
Focado desde a viagem até a última prova, o grupo de 20 pessoas, formado por alunos e professores dos cursos de Engenharia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), foi o campeão do certame nacional, que busca desafiar os estudantes a aplicarem os conhecimentos adquiridos em sala de aula.
Para tanto, o grupo santa-cruzense se envolveu com o desenvolvimento de um baja (modelo de carro) desde sua concepção e projeto detalhado até a construção e testes, e disputou o título contra mais de 70 equipes de todo o país, entre os últimos dias 11 e 15, no Parque Tecnológico de São José dos Campos, em São Paulo.
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O professor Fernando Sansone, do curso de Engenharia de Produção da Unisc e coordenador do projeto Baja, acreditava que o bom desempenho poderia levar a equipe a chegar ao pódio e, consequentemente, conquistar uma vaga ao Mundial da categoria. Ser campeão nacional, no entanto, superou todas as expectativas.
“Isto foi demais. Em 26 anos de competição, foi primeira vez que uma equipe da região Sul do Brasil foi campeã. Durante muito tempo ficávamos à sombra das equipes de Santa Catarina no regional, e sem expressão no cenário nacional”, comentou Sansone.
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Ele e a delegação campeã retornaram nessa terça-feira, 17, a Santa Cruz do Sul e receberam a Gazeta do Sul na oficina onde o baja, denominado BG-18, foi construído. Com o resultado, o professor destaca que o respeito pela Engenharia da Unisc fica ampliado. “Demonstra o trabalho sério e competente dos professores. Como os juízes são engenheiros do mercado de trabalho, futuramente eles podem se deparar com o currículo de um ex-aluno da Unisc e valorizar por esta conquista.”
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As estratégias que deram certo
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Prevenidos contra problemas que o carro pudesse sofrer na prova de enduro, onde são testados por quatro horas em uma pista de terreno acidentado e com obstáculos, a Baja de Galpão reforçou os equipamentos para buscar o título este ano, após ter quebrado no ano passado, fato que custou boa parte dos pontos em disputa. “Fomos um dos cinco carros que passaram sem recheck (problemas) de segurança. Por estratégia, entramos na metade das provas dinâmicas para pegar os obstáculos já ‘arredondados’”, destacou Fernando Sansone.
Após uma prova classificada como histórica pelo grupo santa-cruzense no penúltimo dia de evento, quando venceram a equipe da Poli USP em uma corrida, a Baja de Galpão iniciou o último dia da competição em terceiro na classificação geral. “O nosso carro foi confiável e não quebrou nenhuma vez no enduro. Os que estavam na frente, FEI e ESSC USP, quebraram e perderam voltas”, disse Sansone.
A expectativa agora fica por conta da vaga conquistada para o Mundial Baja SAE, a ser realizado de 3 a 6 de junho em Peoria, no estado norte-americano de Illinois. “Existe apreensão da nossa parte pela possibilidade de cancelamento em virtude do coronavírus, e estamos atrás de informações a respeito. Mesmo assim, iremos buscar patrocínios para poder levar a equipe e o carro.”
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