A grande quantidade de veículos estacionados em frente aos principais supermercados de Santa Cruz do Sul na tarde dessa segunda-feira, 16, sugeria o que se confirmava dentro. A Gazeta do Sul esteve em dois dos principais estabelecimentos da cidade entre 16 e 17 horas e constatou uma procura fora do normal por alimentos, água e produtos de limpeza. “Isso tudo é medo do coronavírus?”, questionou uma consumidora que estranhou a movimentação naquela hora. Diante dos caixas, clientes com vários carrinhos abarrotados de produtos aguardavam em longas filas.
A professora Paula Rauber, 30 anos, esteve no supermercado Miller na tarde da segunda, acompanhada do marido Volmar Rauber, 32. Ela não escondeu a preocupação com o aumento dos casos de coronavírus, mas ressaltou que é importante manter a calma. “Pela falta de conhecimento, as pessoas estão assustadas. Aproveitamos a vinda para fazermos as compras do mês para a nossa casa, do meu sogro e do meu cunhado.”
Conforme ela, as compras, que encheram três carrinhos, vão suprir 13 pessoas da família. “Poderíamos ter levado produtos em maior quantidade, mas procuramos manter o bom senso, para não faltar para as outras pessoas. As compras devem ser conscientes, não por impulso”, disse.
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Em outro estabelecimento, o Zaffari, a professora aposentada Solange Seidel, 71 anos, não escondia o medo do vírus, mas também procurava manter a tranquilidade. “Vim ao mercado comprar o essencial. Já é da minha rotina. Não estou comprando a mais, tampouco vou deixar de sair e fazer as coisas que gosto. Mas vou manter cautela. É preciso ter responsabilidade”, ressaltou.
Este aumento nas compras ainda não é confirmado pelos supermercados, mas era visível nas prateleiras. Nos pontos visitados pela reportagem, os setores de água e produtos de limpeza apresentavam pontos vazios. Ambos os estabelecimentos afirmaram que têm estoque para suprir a necessidade da população e que as mercadorias foram logo repostas nas prateleiras.
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“Percebemos que as pessoas têm aproveitado melhor as suas vindas ao supermercado. Se antes elas levavam dois quilos de arroz, hoje levam cinco. São pequenas mudanças. Alguns tendem a comprar em grande quantidade, talvez para um estoque”, relatou a responsável pelo marketing do Supermercado Miller, Elisa Trinks. “É preciso ter cautela. Possuímos um depósito capaz de suprir nossa demanda por um bom tempo. Atitudes desenfreadas, de pânico, geram instabilidade e podem desfalcar o setor”, complementou.
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Não há motivo para corre-corre
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios dos Vales do Rio Pardo e Taquari (Sincogêneros), Celso Müller, mantém a cautela e pede que a população fique tranquila. “Neste momento dependemos da calma do povo. As pessoas devem buscar manter a tranquilidade. Não vai faltar mercadoria. É preciso comprar consciente e também pensar no próximo, não adianta o desespero, isso só piora para o consumidor. Vamos ter serenidade. Ainda não sabemos pelo que iremos passar, mas é preciso ter os pés no chão.”
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Celso Müller ainda reforçou que o consumo desenfreado pode gerar transtornos ao setor. “Pela estrutura que os supermercados e os hipermercados da região têm, acredito que há capacidade para abastecimento independente para mais de 30 dias. Vamos ter calma.”
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