A colheita do arroz no Vale do Rio Pardo está em sua etapa final, e alguns municípios inclusive já concluíram os trabalhos, como é o caso de Pantano Grande e Passo do Sobrado. Em outros, contudo, as chuvas recorrentes estão impedindo o término da colheita. Em função da estiagem que atingiu o Rio Grande do Sul neste ano, a produtividade das lavouras teve queda em relação ao ano passado, de acordo com os dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).
Conforme o engenheiro agrônomo Ricardo Tatsch, chefe do escritório do 5º Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural (Nate) do Irga, a colheita transcorria normalmente até o fim de abril. A partir de maio, porém, as chuvas recorrentes e volumosas atrapalharam os trabalhos. “Nas últimas duas semanas, praticamente não se colheu nada em Rio Pardo”, ressalta. Cerca de 8% das áreas plantadas no município ainda precisam ser colhidas. “A previsão do tempo não é boa, então a tendência é que os produtores enfrentem dificuldades”, completa.
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Além da chuva, que por si só já impossibilita a operação, os atoleiros deixados por ela impedem o trabalho das máquinas. Com todos esses transtornos, segundo Tatsch, a conclusão da colheita está atrasada e o rendimento das plantas cai, bem como a qualidade dos grãos. A mesma situação é verificada em Santa Cruz do Sul, Vera Cruz, Vale do Sol, Venâncio Aires e Candelária. Todos esses municípios já superaram 80% das áreas colhidas e esperam pela melhora do clima para a conclusão dos trabalhos. Até o momento, a produtividade registrada está abaixo da média estadual, estimada em 8,3 mil quilos por hectare.
Ao falar sobre o mercado, Tatsch ressalta que o contexto atual não é nada bom para os produtores. A saca de 50 quilos está sendo vendida por R$ 65,00 em média, ante os R$ 90,00 e até mesmo R$ 100,00 de 2021. E o custo de produção aumentou significativamente. “A nossa preocupação é que, para a próxima safra, esses custos serão ainda maiores”, afirma o engenheiro agrônomo do Irga. Em sua análise, se essa média de preço persistir, o cultivo do arroz vai se tornar “praticamente inviável”. Com isso, a perspectiva é de que haja uma redução significativa nas áreas plantadas para dar lugar à pecuária e à soja.
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