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ENERGIA RENOVÁVEL 

Evento debate o futuro do mercado fotovoltaico em Santa Cruz e no Estado

Foto: Rafaelly Machado

Heitor Petry, Bárbara Rubim, Mara Schwengber e Ronaldo Koloszuk falaram com a imprensa ontem à noite

A sede da Sicredi Vale do Rio Pardo recebeu, na noite dessa segunda-feira, 9, um workshop da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), que tratou sobre o futuro do mercado de energia solar no Rio Grande do Sul e no Brasil. O evento contou com a presença de autoridades, especialistas e empresários do setor.

A coordenadora da Absolar no Estado, Mara Schwengber, mencionou a crise energética, que é um fator preocupante. “Entendemos que a energia solar vem muito bem como uma solução, e Santa Cruz do Sul é o berço dela no Rio Grande do Sul. Então, para nós, poder trazer um evento tão importante, trazer empresas do setor de todo o Estado para discutir o futuro da energia solar como solução para a matriz energética brasileira, é motivo de satisfação”. Na ocasião, foram tratados assuntos como as oportunidades que o setor oferece.

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Segundo o presidente do conselho de administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk, atualmente uma família de classe média consegue aderir ao sistema, tendo o preço da prestação igual ou mais baixo do que ela paga na conta de luz. “O balanço é positivo, mas ainda falta conhecimento.” No entanto, Koloszuk complementou que, em 20 anos, projeta-se que haverá mais energia solar do que hidrelétricas no Brasil. “Por quê? Preço, fonte barata e rapidez de instalação. O mundo entende que a energia daqui a 15 anos vai ser praticamente de graça. Além disso, é sustentável. Com a aceleração da energia solar projeta-se que, em 15 anos, o mundo deixará de ter problemas de água por conta disso”.

O sistema de compensação de energia elétrica completou, em 2022, dez anos de existência. A vice-presidente de geração distribuída da Absolar, Bárbara Rubim, salientou que nesse período o consumidor pôde gerar a própria energia, e ainda assim uma parcela pequena dos brasileiros aderiu à tecnologia. “Além do desconhecimento, também há a questão cultural. A gente percebe que o brasileiro tem pouca cultura de investimento em geral e quando falamos em energia fotovoltaica, é um investimento mesmo, não é um custo. Se colocarmos na ótica do investimento, é um dos melhores que poderíamos ter em termos de retorno”, comentou Bárbara.

Pioneira

Em 2017, a Sicredi Vale do Rio Pardo foi pioneira, junto ao Sistema Sicredi, no desenvolvimento de uma linha de crédito exclusiva para fomentar o uso de energia solar fotovoltaica nos nove municípios da base de atuação. A cooperativa financiou, até abril deste ano, mais de 2,8 mil usinas solares, com mais de R$ 100 milhões liberados em crédito.

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No Vale do Rio Pardo há cerca de 65 empresas integradoras de sistemas fotovoltaicos, localizadas nos municípios de abrangência da instituição. Estima-se que são gerados, aproximadamente, 1,8 mil empregos diretos e indiretos, entre vendedores, instaladores e novas integradoras no setor.

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Nesse território de atuação, das mais de 6 mil usinas instaladas (que contemplam uma população de aproximadamente 300 mil habitantes), 65% são financiadas. “Desse total, lideramos a liberação de crédito, com 70% dos financiamentos via Sicredi”, ressaltou o presidente da Sicredi VRP, Heitor Petry. Em toda a região, as instalações representam uma economia aproximada de R$ 100 milhões, com benefícios ambientais de cerca de 120 mil toneladas de gás carbônico a menos na natureza. Isso equivale a 130 mil árvores plantadas e 75 mil toneladas de carvão salvo.

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Em agosto de 2021, a Sicredi VRP inaugurou a própria usina de geração de energia fotovoltaica para suprir toda a demanda por eletricidade da instituição. Além da economia decorrente e da contribuição ambiental, o complexo marca o posicionamento da cooperativa em relação ao investimento em energia solar, estimulado por meio da linha de financiamento específica ofertada aos mais de 58 mil associados em Santa Cruz, Venâncio Aires, Vera Cruz, Rio Pardo, Passo do Sobrado, Vale Verde, General Câmara, Herveiras e Sinimbu.

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A usina fotovoltaica da Sicredi possui 1.238 módulos. Em seis meses – desde dezembro do ano passado – economizou R$ 228 mil, um saldo de 17% da geração total em créditos na rede, o que equivale a aproximadamente um mês de consumo das agências sem uso da usina. Com isso, a instituição deixou de emitir 327 toneladas de gás carbônico no ambiente, o equivalente a 275 toneladas de carvão salvo e 450 árvores plantadas. “Ao criar uma linha de crédito específica, inédita e acessível, tínhamos o foco em agregar renda para os nossos associados, dentro da lógica de gerar economia, empregos e tributos, bem como o aspecto ambiental, de geração de energia limpa e renovável. Tudo isso está relacionado diretamente à missão da cooperativa, de contribuir para o desenvolvimento e fortalecer a economia local e regional”, destacou Heitor Petry.

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Ranking

Atualmente, o Rio Grande do Sul está entre os três estados brasileiros com maior potência instalada de energia solar na geração própria em telhados e pequenos terrenos. Santa Cruz do Sul está em quarto lugar no ranking estadual, com 26,6% de potência instalada. “Temos essa cultura e buscamos crescer cada vez mais. Sem falar que é um mercado que vem gerando muito emprego e traz muitos benefícios para toda a região”, enfatizou Mara.

Segundo a coordenadora estadual da Absolar, a maior parte da potência instalada está nas residências, seguidas pelo comércio. Porém, no campo, a adesão ao sistema fotovoltaico vem tendo bons índices. “Hoje o agro vem em terceiro lugar, logo após o comércio. E percebemos que os produtores têm mostrado maior interesse e buscado cada vez mais essa solução como opção para reduzir os custos de produção e se tornarem mais competitivos”, acrescentou.

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