Os longos congestionamentos enfrentados pelos motoristas na RSC-287 no retorno do feriadão de Páscoa foram motivo de indignação ontem. Nas redes sociais do Portal Gaz, muitos leitores questionaram a atuação da concessionária Rota de Santa Maria, especialmente no que diz respeito às praças de pedágio, apontadas por muitos como o gargalo e a causa da lentidão. Para a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Agergs), o motivo é a retomada do fluxo de veículos após a pandemia, situação que evidencia o esgotamento da capacidade da rodovia.

Conforme o conselheiro-presidente da Agergs, Luiz Afonso Senna, a lentidão se explica, em parte, pelo aumento nos níveis de tráfego em razão do levantamento das restrições da pandemia, o que leva mais pessoas a viajar. Ele explica que as obras de duplicação da RSC-287 previstas no contrato com a Rota de Santa Maria têm como principal objetivo evitar esse tipo de transtorno aos motoristas. “Estamos chegando ao nono mês da concessão. Passados esses trabalhos iniciais, começa o aumento da capacidade”, observa. Além da construção de três pedágios, a empresa está ampliando as praças já existentes em Candelária e Venâncio Aires.

“Obviamente que isso não justifica, porque todo o trabalho de concessão da rodovia foi para garantir novos investimentos e evitar esse tipo de problema”, frisou Senna. Ele informou que a Agergs está ciente do ocorrido e trabalha para apurar junto à concessionária quais foram as causas e o que será feito para evitar que tais congestionamentos se repitam.

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No trecho entre Novo Cabrais e Candelária, as filas ultrapassaram os 25 quilômetros. Já no trecho entre Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires, o congestionamento registrado foi de 12 quilômetros. A espera para passar pelos pedágios no fim da tarde foi superior a uma hora.

O engenheiro Ricardo Pereira, da Diretoria de Qualidade da Agergs, explica que a fiscalização da agência reguladora funciona por meio de indicadores e metas, pois não há como manter um fiscal em cada trecho das rodovias concedidas pelo governo do Estado. Em relação às filas, ele afirma que uma cláusula no contrato prevê a abertura das cancelas dos pedágios quando o congestionamento for superior a 200 metros em dias normais e 400 metros em dias excepcionais, como feriados e datas comemorativas. O descumprimento por parte da concessionária pode resultar em multas e diminuição no reajuste anual das tarifas.

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Denúncias para ajudar na fiscalização

O engenheiro Ricardo Pereira orienta que, em casos como o do feriadão, os usuários podem contatar a Rota de Santa Maria para relatar o problema. “Se ficarem insatisfeitos com a resposta, podem entrar em contato com a Agergs pelo telefone 0800 979 0066”, explica. Há ainda a possibilidade de utilizar o aplicativo da agência, disponível para as plataformas Android e iOS. Nele, é possível fazer a reclamação e anexar fotos e localização. “Isso ajuda muito a nossa fiscalização”, afirma. Segundo Pereira, a partir de agosto de 2023 todos os 204 quilômetros da RSC-287 estarão monitorados por câmeras, o que também vai auxiliar na atuação dos fiscais.

Pedágios não são problema, diz empresa

A Rota de Santa Maria, empresa responsável pela administração das praças de pedágio de Candelária e Venâncio Aires, informou que preparou uma ação especial para o feriado de Sexta-feira Santa e Páscoa, com equipes extras atuando junto às praças. Ainda conforme a concessionária, o trânsito nesses locais fluiu de maneira satisfatória na quinta e na sexta-feira, com inexistência de filas.

De acordo com a empresa, os congestionamentos não têm relação com o fluxo nos pedágios de Venâncio Aires e Candelária, e as praças não apresentaram filas em virtude do alto tráfego. Segundo a Rota, esse problema será resolvido somente com a duplicação da rodovia, prevista pelo contrato de concessão.

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