Os vereadores de Santa Cruz aprovaram, na tarde desta segunda-feira, 18,, em sessão extraordinária, a reforma no sistema de transporte coletivo urbano. A proposta prevê uma série de mudanças, como integração tarifária e utilização de micro-ônibus em algumas linhas, para evitar novos aumentos na tarifa.
Na semana passada, a prefeita Helena Hermany (Progressistas) assinou decreto mantendo a tarifa nos atuais R$ 4,45 pelo menos até o início do ano que vem. O governo espera que, com a redução no custo da operação e as melhorias, que incluem também ampliação de horários, o volume de passageiros aumente. Não se descarta, inclusive, uma redução na passagem. O Palacinho também passará a bancar as isenções e meias passagens para idosos, estudantes e pessoas com deficiência nos meses em que houver déficit.
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Pouco antes da sessão, o governo encaminhou uma mensagem retificativa, retirando um trecho do texto que dispensava a presença de cobradores em veículos que operam itinerários especiais. A demanda partiu de um grupo de funcionários do serviço que foi recebida pelo governo nesta manhã. Ainda assim, o plano do governo prevê diminuição de mais de 20 profissionais, reflexo da redução no número de ônibus e da retirada de cobradores em alguns horários, como nos finais de semana.
A aprovação se deu por unanimidade, mas alguns vereadores criticaram o fato de o projeto não ter seguido a tramitação regular – a votação ocorreu menos de uma semana após o envio da proposta. “Temos que votar a toque de caixa um projeto de lei com 86 artigos e bastante técnico”, disse Carlão Smidt (PSDB). O Sindicato dos Comerciários chegou a pedir formalmente que a votação fosse adiada e o assunto fosse submetido a uma audiência pública. Outros, porém, defenderam as medidas por evitar uma escalada tarifária. “Estamos indo para o terceiro ano com a mesma tarifa. Me mostrem o que continua com o mesmo preço há três anos”, afirmou Bruno Faller (PDT).
Confira o que vai mudar:
- Menos veículos e linhas
O número de veículos utilizados no serviço passará de 43 para 36. O número de linhas também será reduzido, de 24 para 15. Serão sete linhas estruturantes, que atenderão às regiões com maior densidade de passageiros, e oito linhas complementares, que atenderão aos bairros com menos fluxo. - Mais horários
Mesmo com a redução de veículos, cujo objetivo é reduzir o custo operacional, o número de horários será ampliado de 377 para 520. Isso será possível graças a um amplo reestudo dos itinerários. Nas linhas estruturantes, haverá ônibus a cada 15 minutos. Já nas linhas complementares, o intervalo será de 30 minutos. - Veículos menores
As linhas complementares serão operadas com veículos menores, com capacidade entre 30 e 40 passageiros. A implantação desses veículos será gradual, à medida que for atingida a idade máxima dos ônibus atuais, que comportam até 50 passageiros. - Menos cobradores
Além da redução de funcionários decorrente da diminuição no número de linhas, não haverá mais cobradores nos finais de semana, feriados e em dias úteis a partir das 21 horas. Com isso, o número de cobradores cairá de 67 para 44. Segundo o governo, não haverá demissão em massa – como a rotatividade no setor é grande, os trabalhadores apenas deixarão de ser repostos. - Integração tarifária
Será implementado o sistema de tarifa integrado, por meio do qual usuários que precisam fazer baldeação não precisarão pagar a segunda passagem, dentro de um intervalo de tempo que ainda será definido. Isso deve servir principalmente aos usuários de bairros que terão que pegar as linhas complementares para acessar as linhas estruturantes. O sistema só valerá para quem utilizar o cartão da bilhetagem eletrônica. - Controle em tempo real
Os ônibus passarão a ser equipados com GPS. Com isso, a Secretaria de Segurança e Mobilidade passará a ter um controle em tempo real da localização dos veículos e do fluxo. A partir daí, será possível identificar a necessidade de ajustes no sistema para evitar novos desequilíbrios financeiros. A ideia é que os usuários também tenham acesso a essas informações por meio de um aplicativo de celular – o que permitiria, por exemplo, saber quanto tempo falta para um ônibus chegar a uma parada. O investimento para instalação dos aparelhos nos veículos será feito pela concessionária. - Estudo sobre tarifa flexível
A Prefeitura também pretende realizar um estudo para implantar a tarifa flexível. Assim, o valor da passagem poderia ser melhor nos horários de entrepico.
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