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HERANÇA AÇORIANA

Rio Pardo e General Câmara vão integrar rota turística

Foto: Alencar da Rosa

Com o intuito de oferecer uma vivência para o turista que tem interesse em conhecer mais sobre a herança açoriana no Rio Grande do Sul, a Secretaria do Turismo (Setur) do Estado lançou o projeto Rota do Império Lusitano do Sul das Américas. A ideia é aprofundar o conhecimento e valorizar a história deixada pelos colonizadores açorianos. Integram a rota dois municípios da região: General Câmara e Rio Pardo.

A Rota do Império Lusitano do Sul das Américas contará com 13 destinos gaúchos, somados a um dos destinos mais procurados no Uruguai: a Colônia do Sacramento. A iniciativa da Setur ocorre em conjunto com a direção de turismo da Intendência da Colônia de Sacramento. O projeto ainda está em fase de desenvolvimento, mas já promete uma boa experiência para quem se aventurar na rota. 

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Essa será a primeira rota que liga destinos gaúchos com o Uruguai. “A ideia não é que seja uma rota de passagem, não é um caminho a ser percorrido, mas sim uma rota que vai reunir municípios que tenham a herança açoriana e que vão ter experiências, vivências, apresentações, visitas guiadas, que retratam a herança açoriana em cada um desses municípios”, explica o coordenador do programa de segmentação da Setur, Álvaro Machado.

No Rio Grande do Sul, integrarão o roteiro Torres, Rio Pardo, Mostardas, Taquari, Piratini, São José do Norte, Viamão, General Câmara, Santo Antônio da Patrulha, Pelotas, Triunfo, Rio Grande e Porto Alegre. “Iniciamos na terça-feira, 5, o levantamento sobre patrimônio, presença de folclore, dança, gastronomia, e em seguida estaremos realizando as visitas para identificar esse produto. A partir daí, vamos começar o trabalho da rota integrado com calendário. A ideia é incentivar a visita em determinados períodos para cada um dos municípios de acordo com as experiências que eles vão oferecer”, acrescenta.

Já foi dado início ao diálogo com grande parte dos municípios que vão integrar o projeto. Agora, deve-se pensar em investimentos. “A partir dessa organização, a ideia é criar um grande projeto para capacitação, estruturação, identificação e promoção da rota, para que possamos ter um recurso que auxilie nessa ideia”, completa Machado.

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General Câmara

O município conta com o Distrito de Santo Amaro do Sul, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O conjunto histórico da cidade, formado pela praça e mais 14 prédios, continuou quase intacta até os dias atuais, com um casario típico da cultura portuguesa e a importante igreja dominando a paisagem. Marcada pela arquitetura colonial portuguesa, a vila é um dos mais significativos conjuntos urbanos de origem portuguesa no Rio Grande do Sul. 

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Recentemente, o município recebeu mais de R$ 1 milhão do programa Avançar no Turismo, do Governo do Estado. Parte do valor será usada para melhorias na pavimentação ou calçamento no distrito histórico de Santo Amaro. A funcionária da Central de Atendimento ao Turista, Anajara Maria Mello, participa das reuniões sobre o projeto. “Será de extrema importância no fomento do comércio e para a divulgação da história dos nossos antepassados”.

Anajara completa que, junto ao Iphan, são pensadas melhorias nas casas tombadas que estão em deterioração. “Também já começaram melhorias como o asfalto, que era o anseio da população e do município para melhor atender aos turistas”, acrescenta.

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O Distrito de Santo Amaro do Sul é tombado pelo Iphan. | Foto: Prefeitura de General Câmara/divulgação

Rio Pardo

Em 1809, o governo português promoveu a primeira divisão administrativa do Rio Grande do Sul, criando as quatro primeiras vilas: Rio Grande, Porto Alegre, Rio Pardo e Santo Antônio da Patrulha. Rio Pardo, a maior delas, com uma área de 156.803 quilômetros quadrados, ocupava três quartos do território gaúcho e era o centro econômico-comercial da região, pois todas as mercadorias de municípios dos arredores passavam pelo porto de Rio Pardo.

O município conta com diversos patrimônios históricos. Um deles é a Rua da Ladeira. Em trecho citado no site da Prefeitura de Rio Pardo, a importância da via é salientada. “Em suas pedras irregulares pulsa a veia colonial portuguesa. Seu entorno de casarios assobradados, com suas eiras e beiras, conta a história em relevo dessa terra fortificada. Talvez encontre similar apenas em sua meia-irmã, a Calle de los Suspiros, na Colônia de Sacramento, no atual Uruguai. Dada a raridade e para a conservação desse patrimônio, após intensa mobilização local e da mídia impressa regional, esse ponto turístico foi inscrito no Livro Tombo em 16 de março de 1955 pelo Iphan”, descreve o site. 

O secretário municipal de Turismo e Cultura, Tiago Mello, diz que participar do projeto é importante para Rio Pardo. “A gente vem buscando resgatar o sentimento de pertencimento da população para com a história do município. Ter uma rota que resgata as origens do município e da nossa gente é muito importante para a população e também para a questão econômica. Através do turismo podemos sim ter uma atividade econômica rentável e gerar empregos.” 

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270 anos do povoamento açoriano

A história da imigração dos açorianos começa com o Tratado de Tordesilhas, em 1494, quando o território do Rio Grande do Sul foi destinado à Espanha. Contudo, a partir do Tratado de Madri, assinado em 1750, a Espanha foi destinada à área do atual Uruguai, e a parte oeste do Rio Grande do Sul ficou para Portugal. Os açorianos partiram da terra natal para ocupar a área conquistada pelos portugueses, mais precisamente a área missioneira, onde estavam os Sete Povos das Missões.

Contudo, na chegada em 1752, o local ainda enfrentava diversos conflitos com os indígenas ali presentes, resultante da saída dos jesuítas. A situação impediu o deslocamento do povo açoriano. Por conta disso, uma parte das famílias se firmou no local de chegada, dando início ao povoamento e desenvolvimento do que hoje é a capital dos gaúchos, Porto Alegre. Outra parte se espalhou pelo território da Capitania, onde enfrentaram diversas dificuldades. Por isso, 2022 marca a chegada das primeiras famílias vindas dos Açores, de Portugal, em solo gaúcho.

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