Ele foi categórico ao desembarcar em Santa Cruz do Sul: “Essa cidade será a mais segura do Brasil”. O discurso que norteou a trajetória inicial do coronel Everton Oltramari na Secretaria Municipal de Segurança Pública, Transporte e Mobilidade Urbana é mantido agora à frente da pasta de Governança e Relações Institucionais da Prefeitura. E ele enumera os motivos para o otimismo.
“Primeiro, pela figura da prefeita Helena. É uma mulher corajosa, determinada, que tem esse olhar humanista, de cuidar do social também. Depois, porque temos os melhores quadros da segurança pública federais e estaduais, fazendo um excelente trabalho. E ainda temos órgãos municipais muito preparados. O Ministério Público e o Poder Judiciário também são parceiros, o empresariado é atuante e a comunidade se envolve. É tudo de que tu precisas para transformar uma cidade”, explicou.
A experiência de anos como secretário estadual adjunto da Segurança Pública, secretário-chefe da Casa Militar do Estado e coordenador da Defesa Civil Estadual credenciou o coronel da reserva da Brigada Militar a encabeçar o projeto que é tido como um divisor de águas na segurança municipal: o programa Pacto Santa Cruz Pela Paz.
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“Foi a primeira missão que a prefeita Helena me deu, desde a primeira conversa que tivemos. Ela me disse para ajudá-la a construir um programa de prevenção à violência e repressão à criminalidade, mas com o viés social, para recuperar crianças, afastá-las do crime e do tráfico e encaminhá-las para o lado positivo”, ressaltou Oltramari.
“Nós já não temos índices altos de criminalidade, comparado a outras cidades, mas o crime organizado, as facções, estão avançando cada vez mais para o interior do Estado. Elas buscam novos mercados e Santa Cruz é uma cidade desenvolvida, onde circula muita riqueza. É atraente para elas. Por isso, precisamos trabalhar agora para não deixar o município se transformar em uma cidade violenta”, complementou.
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Em entrevista à Gazeta do Sul, ele citou o exemplo de Pelotas. Na noite de quarta-feira, 6, a prefeita Paula Mascarenhas explicou, para um auditório da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) lotado, como o programa Pacto Pela Paz pode ser desenvolvido e as amplas conquistas que foram alcançadas no município da Zona Sul do Estado.
“Quando a prefeita Paula assumiu, Pelotas estava com altos índices de violência. Era uma das maiores taxas de homicídio do Rio Grande do Sul. Ela precisou fazer uma intervenção forte, com o Pacto Pela Paz, e transformou o município na menor taxa de homicídios do Estado. No nosso caso é diferente. Não chegamos em um patamar de violência muito alto, mas não podemos deixar que isso aconteça”.
“Quando uma cidade se une, supera todas as dificuldades”
É fato que as facções buscam nos mais jovens a oportunidade de angariar membros que possam atuar na criminalidade, seja pelo convencimento de possíveis vantagens e sensação de poder, seja pelas brechas jurídicas que a legislação impõe contra menores. “Essas crianças e jovens em situação de vulnerabilidade acabam sendo cooptados pelo crime organizado e se transformam em futuros criminosos. Só que esses jovens, eles passam pelas mãos do Município nos postos de saúde e nas escolas, e temos que estar preparados para identificar os riscos”, comentou o secretário de Governança e Relações Institucionais.
As ações a serem realizadas com esses jovens no Pacto Santa Cruz Pela Paz vão desde a área psicológica, passando pela assistência social, até esporte, lazer e cultura. “Precisamos também ajudar a inseri-los no mercado de trabalho. Quando uma cidade se une, supera todas as dificuldades. O pacto tem orientações para as gestantes sobre como educar os filhos sem violência, para crianças desde a tenra idade na Educação Infantil, passando pelo Ensino Fundamental e Médio”.
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Além disso, será realizado um trabalho especial para os jovens que já estão cumprindo medidas socioeducativas. “Queremos mudar a mentalidade deles e trazer para o lado positivo. Da mesma forma, vamos atuar no sistema prisional. As pessoas presas vão voltar para a sociedade em algum momento, e precisam voltar melhores, e isso acontece com trabalho, religião e ensino”, salientou Oltramari.
O secretário municipal revelou que duas salas de aula, uma biblioteca nova e um pavilhão para trabalhos serão construídos no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul. “Também iremos contratar presos para serviços públicos, como capinar rua e pintar praças. Vamos ainda fortalecer a Guarda Municipal com mais equipamentos e investir R$ 10 milhões em tecnologia de segurança. Já investimos R$ 6 milhões nas escolas em câmeras de reconhecimento facial e vamos investir mais R$ 4 milhões em imagens das ruas”.
O trabalho a ser desenvolvido tem o objetivo de obter resultados rapidamente. “Uma cidade onde impera a desordem, ela estimula os criminosos. Por isso, será um trabalho bem completo. São 27 ações de prevenção e repressão ao crime, vamos atingir 20 mil crianças e adolescentes e suas famílias. Capacitamos 800 servidores municipais para trabalhar com esse público. Estou muito otimista”, disse Everton Oltramari.
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