Apesar dos quase quatro meses de escassez de chuvas, o Lago Dourado ainda evita a necessidade de racionamento de água em Santa Cruz e proporciona uma situação menos preocupante em relação a vários outros municípios gaúchos afetados pela estiagem.
Inaugurado em 27 de setembro de 2000, o reservatório abriga 2,6 bilhões de litros de água. Hoje, embora seja possível ver uma quantidade maior de terra nas margens – em pontos antes submersos –, é ele que ainda evita que a população local sofra com a falta de precipitações.
O engenheiro e coordenador operacional da Companhia Rio-Grandense de Saneamento (Corsan), Geraldo Fontoura, informa que ainda não é necessário um racionamento extremo no município, mas é preciso cautela. “Se não tivesse um reservatório tão grande como o Lago Dourado, Santa Cruz teria um problema sério de abastecimento.”
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Ainda segundo Fontoura, o nível da água, que geralmente é de 4,8 metros, já baixou para 3,66 metros em dois meses. “A média é de dois centímetros a menos por dia. O Lago Dourado já perdeu cerca de 35% do volume”, observa.
Com a média de consumo diária de 45 a 47 milhões de litros para abastecer 61 mil residências em Santa Cruz, ele acredita que não será necessário implantar um controle rigoroso do uso da água. Porém, lança um alerta. “Precisamos ter cuidado no consumo, evitar o desperdício, já que não temos perspectivas de chuva.”
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Municípios como Venâncio Aires, Sinimbu, Herveiras, Passo do Sobrado, Vale Verde, Candelária e Vera Cruz reforçam o pedido para que a população faça um consumo consciente. Já em Rio Pardo, Cachoeira do Sul e Sobradinho, segundo informações da Corsan, a própria companhia precisou realizar ações emergenciais, como montagem de poços e de recalques de elevação no Rio Jacuí.
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Histórico
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O Lago Dourado de Santa Cruz do Sul começou a ser projetado em 1997, quando o agora prefeito Telmo Kirst estava na Secretaria Estadual de Obras e Planejamento. Na época, a cidade enfrentava com frequência problemas causados pelo desabastecimento, especialmente no verão, em períodos de estiagem. Depois de alguns estudos, os quais indicaram que a construção de uma barragem causaria inundações na cidade, surgiu a ideia do lago e as obras tiveram início. A inauguração ocorreu em 27 de setembro de 2000.
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No interior
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O coordenador da Defesa Civil de Santa Cruz, tenente José Joaquim Dias Barbosa, informa que a distribuição de água para consumo humano no interior é de cerca de 40 mil litros por dia. A solicitação deve ser feita por meio de um cadastro na Secretaria de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade (Semass), pelo telefone 3713 8242. Já para instalação de aguadas e limpeza de açudes, o pedido deve ser encaminhado via Secretaria de Agricultura (Seagri). Os interessados podem tirar dúvidas pelo 3711 9334.
Consumo consciente
Embora Santa Cruz do Sul não esteja em situação de racionamento de água, Barbosa pede que a população colabore. “Atitudes simples, como evitar o desperdício até mesmo na hora de escovar os dentes, já fazem a diferença.”
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Outras dicas deixadas pela Defesa Civil são reutilizar a água da máquina de lavar para a descarga no banheiro; evitar banhos demorados; retirar o excesso de sujeira da louça antes de lavar; ficar atento quanto a possíveis vazamentos; não lavar veículos em casa e lavar pátios e calçadas por meio do reuso da água.
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