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PASTAGENS

Produção de feno é incentivada no Espaço Casa da Emater

Foto: Rejane Paludo

A fim de que os produtores de leite possam ter um alimento de qualidade para os animais e com menor custo, para enfrentar a alta dos insumos no mercado e a escassez de pasto em determinados períodos, um dos temas trabalhados pela Emater/RS-Ascar na parcela da Bovinocultura de Leite, na Expoagro Afubra, é o planejamento forrageiro, com destaque para a produção de feno.

Extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Anderson Mateus da Silva explica que a fenação é uma técnica de desidratação das pastagens, sendo mais comum na região Sul o uso de gramíneas perenes, como o tifton 85 e o jiggs, além de gramíneas anuais de inverno. O feno, que tem uma matéria seca em torno de 80% a 90%, é um volumoso que pode ser utilizado na dieta do rebanho bovino leiteiro no dia-a-dia, mas é mais comumente utilizado nos períodos de escassez de pastagens.

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O ponto de corte da forragem para realização do feno deve ser quando essa expressa melhor qualidade, principalmente em termos de proteína bruta, essencial para a produção de leite, juntamente com outros alimentos que compõem a dieta das vacas. O feno de qualidade possui como principais qualidades a cor e o cheiro característicos, ausência de fungos e pontos de aquecimento. Para chegar a esse resultado o agricultor deve estar atento a alguns cuidados no momento da produção de feno como, por exemplo, as condições climáticas. “Nem sempre é possível aliar esses fatores, mas luminosidade e baixa umidade relativa são imprescindíveis para produzir um bom feno”, comenta Silva.

Além disso, no planejamento devem ser observadas questões como possuir uma área de forrageira disponível para fenação, disponibilidade de local adequado para armazenagem e observar a viabilidade. O processo de produção do feno é formado pelas etapas de corte, espalhamento e revolvimento, enleiramento e enfardamento. Silva observa que a produção de pastagens apresenta benefícios econômicos, sociais e ambientais. “Tendo uma grande produção de feno, esses animais bem nutridos irão produzir mais, então o produtor irá compor mais renda na atividade que ele está desenvolvendo, e a família vai ter mais qualidade de vida”, frisa.

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Áreas com pastagens bem manejadas também mantêm o solo mais protegido e permitem melhor infiltração da água da chuva, além de reduzir a lixiviação de nutrientes. Há, ainda, a possibilidade de trabalhar a produção de pastagens em “sistemas mais avançados”, como o silvipastoril, que é a utilização de uma mesma área para produzir pasto, madeira ou frutas, leite ou carne – sistema em que há um ganho ambiental expressivo.

A família Ruoso, de Sobradinho, diversificou o cultivo de fumo com a bovinocultura de leite há nove anos. Desde então, foi aumentando o plantel, atualmente com 35 vacas e 20 novilhas, e melhorando o sistema de pastagens, com a implantação de espécies perenes (tífton). O produtor Renan Antônio Ruoso explica que, para isso, a família fez análise, correção e preparo do solo, bem como realizou o plantio com densidade adequada de mudas. O resultado foi muito satisfatório: em cerca de 45 a 50 dias já começou a fazer o pastoreio. Atualmente, conta com 3,5 hectares de tífton, mas pretende chegar a 6 hectares.

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A fenação iniciou há três anos, com a orientação da Emater/RS-Ascar e o auxílio da Prefeitura. “Usando feno nas novilhas elas têm um rúmen melhor e, quanto a isso, a vantagem vai acontecer quando ela parir, a produção dela vai ser superior à da terneira criada sem o uso do feno, isso é comprovado, porque a gente já fez experimentos”, salienta Robson Ruoso.

O produtor diz que o uso do feno de qualidade na alimentação dos animais também permitiu diminuir muito a proteína na ração. “Pode-se usar uma proteína mais baixa, porque o tifton tem alto percentual de proteína bruta quando é cortado/colhido no ponto ideal. Usando o feno a gente diminui também o percentual de silagem na dieta das vacas. E isso tudo vai gerar menos custo e, consequentemente, aumentar o lucro”, avalia.

Além da fenação, na parcela da bovinocultura de leite a Emater/RS-Ascar também conta com uma sala de ordenha, onde será abordada toda a questão de higiene e profilaxia durante o processo diário de ordenha, e também a sala de alimentação, onde serão tratados os manejos em relação à dieta dos animais, tanto da terneira quanto da novilha e da vaca em lactação ou seca.

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