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LANÇAMENTO

É o nome que define a pessoa

A escritora Marli Silveira acaba de lançar mais um livro, agora em parceria com a professora Lilian Cordeiro, da região de Passo Fundo

Um dos mais evidentes ou primordiais aspectos da identidade de cada um (o nome) é o mote para uma nova reflexão filosófica da escritora e professora santa-cruzense Marli Silveira, desta vez em parceria com outra colega docente, Lilian Cláudia Xavier Cordeiro. O esforço intelectual de ambas resultou no livro Singularidade arredia: ensaio sobre identidade e corpo feminino, que está sendo lançado pela editora Class, de Porto Alegre, em volume de 80 páginas, comercializado a R$ 40,00. Embora ainda não tenha agenda de lançamentos prevista, nem para Santa Cruz, nem para outras regiões do Estado, exemplares podem ser adquiridos na Livraria e Cafeteria Iluminura, diretamente com as autoras ou no site da editora Bestiário.

No caso específico de Marli, enquanto autora, o ensaio dá continuidade a uma linha de investigação à qual se dedica já desde a sua tese de doutoramento em Educação, pela Universidade de Passo Fundo (UPF), onde ela e Lilian foram colegas. A reflexão sobre identidade e condição humana, tomando por base as contribuições do filósofo e professor alemão Martin Heidegger (1889-1976), em especial sua obra Ser e tempo, já resultou em vários livros anteriores de Marli, a exemplo de Daseinpedagogia, este do final de 2020.

Agora, as autoras partem de uma situação real trazida por Lilian Cordeiro de um grupo de pesquisa que integra: o de uma mulher, no ensaio identificada de forma fictícia como Aletheia, que acabou crescendo em um ambiente longe de seus pais biológicos (a mãe faleceu e o pai a entregou em doação para outra família) e nunca se reconhecia no nome de batismo, ou oficial, que recebeu. Esse nome lhe tornava presentes, o tempo todo, as violências e as dores a que foi submetida ao longo de sua caminhada, após a perda da mãe e da ausência do verdadeiro pai. Em paralelo, e à medida que crescia e se tornava mulher, ia sendo, gradativamente, a “nega”, a negra, a criada, a escrava, numa fragmentação de sua identidade, cada vez mais complexificada e problematizada para ela própria, a partir dos abusos e das agressões que sofria.

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Com isso, Aletheia (personagem da mitologia dos antigos gregos, para os quais simbolizava a própria verdade e a realidade, daí a sua retomada como conceito pelo próprio Heigegger) opta por, ela própria, escolher para si o melhor nome, entre aqueles que seu grupo de relações usa ou adora para se referir a ela. É o caso de uma singularidade arredia em relação ao nome ou à forma como é chamada, vista ou nomeada pela sociedade, e uma escolha pessoal, uma tomada de consciência sobre si, por uma nova definição ou denominação, com a qual se identifica ou na qual enxerga maior legitimidade ou justiça para consigo mesma.

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POESIA

O ensaio de Marli e Lilian conta com apreciação de apresentação de expoentes como Susana de Castro, professora associada do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. E a professora e escritora Jane Tutikian, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), também teceu crítica positiva à investigação da dupla.
Marli atualmente se dedica a um projeto de pós-doc junto à pós-graduação em Letras da Unisc, além de lecionar no ensino estadual, enquanto Lilian leciona no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), na região de Passo Fundo.

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Ambas desenvolvem atividades de extensão com grupos de mulheres, trabalho que engloba artes, fazeres manuais e literatura. Marli, que já implementou projeto sobre a escrita junto a grupo de detentas, informa que está em meio a um trabalho similar agora voltado a detentos. Na região, contribuiu na área pública como coordenadora de Cultura junto às secretarias de Educação e Cultura de Santa Cruz do Sul e de Vera Cruz, foi patrona de feiras de livro e recebeu inúmeras premiações e destaques.

Uma vez que também conduz, em paralelo ao ambiente acadêmico e de pesquisa e ensino, uma carreira de poeta, anuncia para breve novo livro nesse gênero, segundo ela em vias de conclusão. Em poesia, lançou em meados de 2021 o volume Quantos dias cabem na noite, pelo qual fez a sua estreia junto à editora Bestiário/Class.

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