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No banco dos réus

Homem acusado de torturar e matar jovem no Parque de Eventos será julgado nesta quarta

Será realizado na tarde desta quarta-feira, 9, o julgamento de Bruno Fleck, de 19 anos, acusado de torturar e assassinar o jovem Paulo Eduardo Bolico Schneider, de 19 anos, na madrugada de 25 de outubro de 2020. Ele será julgado em júri popular composto por sete pessoas da comunidade, no salão do júri Juiz Gerson Luiz Petry, no Fórum de Santa Cruz do Sul.

Fleck, que atualmente cumpre prisão preventiva no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul, foi identificado em uma investigação da 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP) como integrante do bando que participou do crime. Foi acusado de homicídio duplamente qualificado, tendo atuado como executor. As duas qualificadoras – dispositivos que ampliam a pena – foram elencadas pelo uso do meio cruel (tortura) e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, pois Paulo foi amarrado e amordaçado.

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É esperado que o delegado Alessander Zucuni Garcia, titular da 2ª DP e responsável pelo inquérito que indiciou o rapaz e outras duas pessoas pelo homicídio, seja uma das testemunha a falar no tribunal. O júri será presidido pela juíza Márcia Inês Doebber Wrasse, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Santa Cruz do Sul, e inicia às 13h30.

O caso

Paulo Eduardo Bolico Schneider, de 19 anos, foi torturado e assassinado

Na madrugada de 25 de outubro de 2020, Paulo Eduardo Bolico Schneider foi sequestrado pelos acusados e levado até uma residência do Bairro Faxinal Menino Deus. No local, foi amarrado e amordaçado, sendo colocado no porta-malas de um carro e conduzido, na sequência, até uma área de mata, na Avenida Rudi Falk, próximo ao Parque de Eventos, no Distrito Industrial, em Santa Cruz do Sul.

Neste local, ainda preso por cordas nos pés e nas mãos, o jovem foi torturado, tendo um dedo da mão esquerda decepado, antes de ser morto com pelo menos dez golpes de faca que foram direcionados, a maioria, à cabeça. O corpo de Bolico foi encontrado na manhã seguinte. A causa da morte foi identificada como “hemorragia cerebral e desorganização de massa encefálica devido a múltiplos ferimentos por arma branca”.

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Em decorrência do estado do cadáver, a identidade só foi confirmada na manhã do dia seguinte ao assassinato, quando um familiar fez o reconhecimento no Departamento Médico Legal (DML). Paulo era natural de Salto do Jacuí. O último endereço dele, antes de virar morador de rua, era no Residencial Viver Bem. Ele tinha passagens na polícia por delitos como vias de fato, ameaça e lesão corporal. Usuário de drogas, cometia furtos para sustentar o vício.

Investigação

Bruno Fleck foi identificado e preso rapidamente pela 2ª Delegacia de Polícia. Apenas quatro dias após o homicídio, em 29 de outubro de 2020, ele foi detido na residência onde morava, na Rua Deputado Lidovino Fanton, Bairro Faxinal Menino Deus – casa esta que era de propriedade de Bruna Daiane Esteves, a mandante do crime. Foi neste local que Paulo Eduardo Bolico Schneider foi mantido em cárcere.

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Na casa, os investigadores encontraram um facão dentro de uma churrasqueira, visivelmente exposto ao fogo, que teria sido uma das armas usadas no assassinato. Na ocasião, além da lâmina, uma quantidade de drogas foi localizada. A polícia também apreendeu o carro usado no crime. Já em 2 de dezembro de 2020, um adolescente de 17 anos foi apreendido pela 2ª DP, no Bairro Jardim Boa Vista, em Rio Pardo. Ele tem relações de parentesco com a namorada de Bruno Fleck.

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O rapaz foi encaminhado à Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase) de Porto Alegre e será julgado em um processo à parte, pelo Juizado da Infância e Juventude. Seis dias depois, em 8 de dezembro, foi a vez de Bruna Daiane Esteves ser presa na Rua Guarda de Deus, Bairro Santuário, para onde ela havia se mudado logo após o crime. No local, a polícia também encontrou 11 gramas de cocaína.

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Em 8 de dezembro, foi a vez de Bruna Daiane Esteves ser presa na Rua Guarda de Deus, Bairro Santuário

Ela foi condenada em júri popular realizado em 6 de outubro de 2021, no Fórum de Santa Cruz. Pegou 16 anos pelo crime de homicídio duplamente qualificado, tendo participado como mandante. Embora tenha coletado indícios da participação de mais duas pessoas, que teriam auxiliado a levar Bolico até a casa onde o crime ocorreu, os agentes da 2ª DP não conseguiram comprovar tais participações e os suspeitos não foram indiciados.

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Comentários divulgados na época davam conta de que o rapaz tinha assaltado um motoboy, que teria levado um lanche até a casa de Bruna Daiane Esteves, no Bairro Faxinal Menino Deus. Essa hipótese não foi confirmada no decorrer da investigação. No entanto, para o delegado Alessander Zucuni Garcia, ficou claro que a vítima tinha cometido um delito nas imediações do bairro, que tem como um dos líderes do tráfico um homem conhecido no submundo do crime pelo apelido de “Nego Drama”, e que está preso. Esse homem é marido de Bruna.

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O homicídio, conforme a investigação, teria ocorrido em represália ao delito cometido pela vítima nas proximidades de um ponto de tráfico de drogas, onde os envolvidos do processo atuavam. Dentre os elementos apurados pelos investigadores, estavam até mesmo fotos do Paulo Eduardo amordaçado na residência, no Faxinal Menino Deus, repassadas entre os autores para outras pessoas, que foram obtidas com a quebra dos sigilos telefônicos nos aparelhos apreendidos.

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