Em sete segundos, a força da gravidade apagou da paisagem de Porto Alegre o edifício por onde passaram duas décadas de história da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e dos milhares de servidores que, ao longo desses 20 anos, trabalharam no endereço da rua Voluntários da Pátria, 1.358.
Às 9 horas deste domingo, 6, conforme o planejamento traçado pelas 28 instituições envolvidas ao longo do último mês, ocorreu a implosão da antiga sede da SSP, colapsada pelo incêndio de 14 de julho de 2021, que tirou a vida de dois bombeiros: o tenente Deroci de Almeida da Costa, 46 anos, e o sargento Lúcio Ubirajara de Freitas Munhós, 51 anos, que ao lado dos colegas do Corpo de Bombeiros Militar (CBMRS) combatiam as chamas naquela noite.
Apesar do clima de melancolia que predominou entre os envolvidos, a operação de complexidade extrema foi considerada um sucesso. Do outro lado da avenida Castelo Branco, em uma área do cais às margens do rio Jacuí, o governador em exercício, delegado Ranolfo Vieira Júnior, acompanhou desde as 7 horas, na companhia das autoridades que formaram o Sistema de Controle de Incidentes (SCI) coordenado pela Defesa Civil Estadual, cada etapa do processo.
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“O prédio foi implodido em uma megaoperação concluída com êxito. É mais uma importante etapa após o trágico incêndio que atingiu a estrutura na noite de 14 de julho. Manhã emocionante pelas lembranças de todos que, assim como eu, trabalharam neste prédio e tinham uma parte da sua história ali. Mas, acima de tudo, pela bravura dos nossos dois bombeiros que perderam a vida no combate às chamas, o tenente Almeida e o sargento Munhós. Agradeço a todas as instituições pelo empenho na realização desta importante ação que concluímos hoje”, disse Ranolfo.
No mesmo local, o caminhão do Departamento de Comando e Controle Integrado (DCCI) monitorou toda a atividade. Também a partir do amplo espaço no cais, a implosão foi eternizada pelas lentes e reportagens dos 80 profissionais de comunicação que se credenciaram para levar à veículos de todo o país relatos e imagens do acontecimento histórico. Foi a primeira implosão de um imóvel público em Porto Alegre e também a primeira operação do tipo desde a demolição do edifício das Lojas Renner, também destruído por um incêndio, em 1976.
Integração para superar complexidade da operação
Efetivos da Brigada Militar e da Defesa Civil Estadual deram início à mobilização para desocupação de todos os imóveis num raio de 300 metros a partir do prédio da SSP. Notificados ao longo da semana anterior, moradores e trabalhadores da região deixaram aos poucos as edificações. Inclusive a rodoviária de Porto Alegre foi evacuada, e as chegadas e partidas de ônibus da capital passaram a ocorrer a um quilômetro dali, no terminal Conceição, embaixo do viaduto, entre as avenidas Farrapos e Alberto Bins.
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Limpeza do terreno deve ser concluída em até 30 dias
Tão logo a nuvem de poeira formada pelo desabamento do prédio assentou, equipes da FBI, da Defesa Civil Estadual e da SOP vistoriaram imóveis num raio de 50 metros, considerado área de alto risco, para certificar a inexistência de danos. A liberação do perímetro isolado teve início às 9h30.
A partir desta segunda-feira, 7, terá início o processo de remoção das 20 mil toneladas de escombros que restaram no terreno. A remoção dos escombros e o descarte adequado faz parte das obrigações do contrato assinado pela FBI com o Estado, no valor de R$ 3.150.000. Um conjunto de escavadeiras de 22 metros de comprimento e 23 toneladas será utilizado carregar caçambas de caminhões que irão transportar o entulho. A localização do terreno, próximo a uma das principais vias de saída da capital, favorece o trabalho. Conforme estimativa da empresa, a limpeza da área deverá estar concluída em até 30 dias.
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