Após bombeiros conterem o fogo que se alastrou em parte da usina nuclear de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia, autoridades do país confirmaram que tropas russas assumiram o controle do local na madrugada desta sexta-feira, 4, conforme horário de Brasília). Apesar de cidades estratégicas estarem sob cerco russo e embates continuarem ocorrendo no país, o nono dia de conflito começou com redução de tensões, após o incidente não ter escalado para uma catástrofe nuclear. A usina é a maior da Europa.
O fogo começou ainda na noite de quinta-feira, 3, conforme horário de Brasília, após um ataque russo, segundo as autoridades ucranianas, fazendo crescer um temor de uma possível explosão de reator. O serviço de emergências da Ucrânia confirmou que chamas foram extintas nas primeiras horas desta sexta-feira. “Às 6h20 (1h20 em Brasília) o incêndio na (…) usina nuclear Zaporizhzhia em Energodar foi extinto. Não há vítimas”, informou um comunicado. A administração militar regional disse que há danos no compartimento do reator 1, mas que não afetam a segurança da unidade de energia.
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Já na manhã de sexta, o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, fez um pronunciamento e culpou sabotadores ucranianos pelo ataque à usina nuclear, o que classificou como uma provocação. Ainda de acordo com Konashenkov, a usina nuclear está operando normalmente e a área estaria sob controle russo desde 28 de fevereiro. “No entanto, ontem à noite no território adjacente à usina, foi feita uma tentativa do regime nacionalista de Kiev de realizar uma provocação monstruosa”, disse.
Reunião de emergência
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que buscará uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) em razão do ataque das tropas russas à usina nuclear de Zaporizhzhia. O gabinete de Johnson informou, em comunicado, que ele conversou com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira. O primeiro-ministro afirmou que o Reino Unido abordará imediatamente a questão da reunião de emergência com a Rússia e com parceiros próximos.
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Johnson e Zelensky também concordaram que a Rússia deve paralisar imediatamente o ataque e permitir que os serviços de emergência tenham acesso irrestrito à usina. “O primeiro-ministro disse que as ações imprudentes de Putin agora podem ameaçar diretamente a segurança de toda a Europa”, declarou o gabinete no comunicado.
Movimentação militar
Apesar dos pedidos de cessar-fogo de autoridades como o presidente americano, Joe Biden, e do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, até que se resolvesse a situação na usina, movimentações militares continuaram a acontecer em todo o país. Em Ojtirka, cidade localizada na região de Sumi, as forças russas realizaram novos bombardeios, deixando a população sem eletricidade e aquecimento, de acordo com o chefe da Administração Militar Regional, Dmytro Zhivitski. “Em princípio, toda a região de Sumi é agora uma terra do inferno, que está sendo destruída pelas tropas russas”, escreveu Zhivitski em uma publicação no Twitter.
Em Mariupol, forças ucranianas continuam no controle da cidade, porém a infraestrutura civil está cada vez mais danificada em função dos bombardeios russos, informou um relatório de inteligência do Reino Unido. De acordo com as informações britânicas, a cidade continua cercada por soldados russos e das regiões separatistas de Donbass, reconhecidas pela Rússia como as repúblicas populares de Donetsk e Luhansk.
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