A necessidade de redobrar a atenção com a exposição solar se potencializa durante o verão. Os especialistas reforçam a importância do protetor solar, de uma boa hidratação, alimentação saudável e, claro, de evitar os horários em que a radiação solar é mais forte. Tudo isso para cuidar da saúde, que é um bem vital. Para alertar a população sobre os cuidados, em especial com a pele, a Associação de Apoio à Pessoa com Câncer (Aapecan), tem promovido ações, especialmente de divulgação nas redes sociais e através de materiais informativos, em torno do Verão Laranja, uma campanha com o objetivo de prevenir o câncer de pele. O público-alvo da iniciativa, neste ano, são os produtores rurais, que faça chuva ou faça sol, dedicam-se aos afazeres no campo.
Em 2022, estima-se que o Brasil deve registrar em torno de 625 mil novos casos de câncer, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Destes, em torno de 30% são de pele (melanoma e não melanoma). Para a Aapecan, o número reforça o quão significativo é o trabalho informativo da entidade, para alertar sobre os cuidados de prevenção e ao diagnóstico precoce, que elevam as chances de cura. Nesse sentido, conforme explica a psicóloga da Aapecan – Unidade de Santa Cruz do Sul, Grasiela Lopes, a iniciativa é reforçada neste período do ano, devido ao fato de as pessoas estarem mais expostas ao sol.
Segundo ela, além de aplicar o protetor solar, o uso de chapéu, óculos de sol e roupas compridas também contribui para minimizar os efeitos da radiação solar. “É como um alerta para as pessoas, que fiquem atentas ao próprio corpo, ao surgimento de manchas na pele, se teve alteração de tamanho ou de cor. Falamos que o autoexame é imprescindível. A importância de adquirirmos o hábito de se olhar, se cuidar, se proteger”, ressalta.
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Conforme Grasiela, anualmente, há um número expressivo de produtores rurais assistidos na instituição, diagnosticados com câncer de pele. “São pessoas que, na maioria das vezes, trabalharam desde muito jovens na lavoura, de sol a sol, e não tiveram muito cuidado com esta exposição. O câncer de pele pode ser uma consequência da exposição desde a infância, o que é um alerta também para cuidarmos das crianças, que muitas vezes, no lazer, ficam expostas ao sol”, destaca.
Na Aapecan, as pessoas que buscam atendimento são acolhidas com orientações e serviços voltados ao emocional e social. Nas unidades – sendo a referência do Centro Serra a de Santa Cruz do Sul -, não há atendimento médico, mas nas áreas de assistência social e psicologia, oficinas, além de Casa de Apoio para receber quem vai ao município realizar tratamento. “Devido à pandemia, as atividades em grupo foram canceladas, mas os atendimentos individuais continuam. A associação se mantém através de doações. É um tratamento que vai além do hospital. Onde a pessoa que enfrenta algum tipo de câncer pode buscar apoio em benefícios, e também o lado psicossocial”, menciona a psicóloga.
Quem evidencia, no dia a dia, a importância do autocuidado, é a aposentada Gladir Lurdes Grohe Karnopp, de 63 anos. Moradora de Coloninha, interior de Arroio do Tigre, foi diagnosticada em novembro de 2020 com câncer de pele. “Apareceu uma verruguinha no lábio, então fui ao Posto de Saúde. Me encaminharam para atendimento médico. Em pouco tempo fiz novas consultas e realizei cirurgia para retirada de um nódulo maior e outros menores na boca e região do pescoço. Foi tudo muito rápido. O médico havia dito que era urgente”, conta Gladir.
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Foram aproximadamente seis meses de tratamento e, além da operação, 25 sessões de radioterapia em Santa Cruz. Neste período, foi acolhida na Casa de Apoio da Aapecan, que existe desde 2011, onde recebeu hospedagem, alimentação e apoio psicológico, de segunda à sexta-feira. Atualmente, Gladir realiza os exames a cada seis meses e mudou o jeito que se comporta quando está exposta ao sol. “Trabalhei desde muito nova na lavoura. Usava roupa mais comprida, mas não tinha costume de passar o protetor solar. Há alguns anos nem tinha, nem se falava sobre. Hoje evito o sol e busco realizar meus afazeres, como cuidar da horta e do jardim, bem cedo ou ao entardecer. Passei a utilizar protetor, chapéu e estou quase sempre mais dentro de casa”, destaca.
Conforme Gladir, o tratamento não foi nada fácil, havendo períodos de muita fraqueza. Com todo o suporte médico, da Aapecan, de familiares e muita fé, deu a volta por cima e hoje está bem. Por ter vivenciado essa experiência, enfatiza o quanto é necessário se cuidar e ficar atento aos sinais do corpo.
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