Quando a Pitt/Corinthians conquistava o inédito título nacional de basquete em 1994, Ícaro Parisotto era apenas um bebê no colo dos pais em pleno Ginásio Tesourinha, em Porto Alegre, nas arquibancadas, mesmo sem entender a situação, em virtude da pouca idade. Na época, o time santa-cruzense derrotou a forte equipe paulista de Franca, na final da Liga Nacional daquele ano, fato até agora nunca repetido por um clube do Sul.
Desde criança, com a influência dos irmãos, Audrei e Murilo, que também acumulam histórias no basquetebol, Ícaro, de 29 anos, hoje atleta do Luvix/União Corinthians, vive o esporte que coloca Santa Cruz do Sul na vitrine nacional. Sob a influência do saudoso Corinthians de Ary Vidal, Alvin, Brent, Cruxen e companhia, que na década de 1990 tornaram o clube santa-cruzense referência no basquete, aos 14 anos, após fazer parte do Projeto Cestinha nas categorias de base, ele deixou a terra natal para jogar fora do Estado e buscar a profissionalização.
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Após passar pelo basquete paulista e mineiro, e até jogar no basquetebol universitário dos Estados Unidos, entre outros clubes que defendeu, Ícaro voltou a atuar pelo clube do coração. Ele fez parte da conquista do Campeonato Brasileiro de Clubes de 2021, organizado pela CBB, em que o União Corinthians novamente fez história, levantando a taça de campeão na grande final contra o Flamengo Blumenau.
Com a vaga garantida na elite do basquete brasileiro, ele jogaria sua sexta edição do NBB, a primeira defendendo o time da terra natal. Mas quis o destino que o atleta vivesse um drama pessoal justamente no ano que marcou o retorno de Santa Cruz ao principal campeonato do País, desta vez, como Luvix/União Corinthians. Poucos dias antes da estreia no NBB, Ícaro lesionou o ombro esquerdo durante um jogo-treino contra o Caxias Basquete, outro clube gaúcho que disputa a competição.
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O atleta optou por um tratamento que evitaria uma cirurgia imediata, e tratou a lesão para possibilitar a volta às quadras o quanto antes. O retorno aconteceu em 9 de dezembro, na partida fora de casa contra o Pinheiros, pela sétima rodada do NBB, quando Ícaro voltou a vestir a camisa 7 do União Corinthians, atuando por 22 minutos. Mesmo sem ritmo de jogo, ele estava feliz por poder auxiliar os companheiros de equipe. Mas logo na rodada seguinte, em um treinamento antes do jogo contra o Caxias Basquete, ele voltou a se lesionar, desta vez no joelho esquerdo, sofrendo rompimento total do ligamento cruzado.
O jogador confirma que se abateu com a situação, e se diz ansioso para que a recuperação seja o mais breve possível. A data das cirurgias ainda não está marcada. Ícaro Parisotto deve realizar os dois procedimentos no mesmo dia, no ombro e no joelho. “Fica um sentimento ruim, mas ao mesmo tempo, tem que se pensar no que eu posso fazer com o que aprendi. Eu sei que vai ser demorado, já passei por uma lesão séria. Tu te colocas na dúvida se vai conseguir voltar a fazer o que fazia antes. Uma coisa eu sei: não vai ser igual. Pode ser até que seja melhor. Confio nos médicos, sei o quanto vou me dedicar para conseguir voltar”. Após a cirurgia, a previsão de retorno ao basquete é de, no mínimo, oito meses. Isso deixa Ícaro de fora da temporada, mas com expectativa de seguir defendendo as cores do clube de Santa Cruz.
Atleta confia na classificação aos playoffs do NBB
Na atual situação, Ícaro sente na pele como é ser um torcedor: enquanto aguarda as cirurgias no ombro e no joelho, o ala-armador segue acompanhando os jogos e os treinamentos dos colegas. Nos confrontos fora de casa, o camisa 7 precisa se contentar em assistir pela televisão ou acompanhar as transmissões da Rádio Gazeta 107,9 FM, que conta todas as partidas.
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A equipe de Santa Cruz do Sul tem, no Ginásio Poliesportivo Arnão, o trunfo para conquistar as vitórias: o apoio do torcedor. Ícaro acredita que a força da torcida pode fazer a diferença e levar o time aos playoffs da competição, que no momento está no início do segundo turno. “Esse campeonato é muito parelho. Alguns jogos nós perdemos por uma ou duas bolas. A gente sabe que o começo não foi o ideal, por uma série de fatores. Sabíamos que teríamos muitas desculpas, mas isso não nos levaria a lugar nenhum. Não tivemos tempo para montar o time logo. Começamos a treinar um mês e meio depois das outras equipes. Os norte-americanos (Mike Simms e Grantham Gillard), e o Gruber, por exemplo, chegaram duas semanas antes do início, aí eu machuquei. É uma série de coisas. O time está melhorando. Sinceramente, acredito que a gente vai se classificar”.
Com o apoio do clube e dos companheiros de time, Ícaro passa pela difícil situação com grande ansiedade. Após se abater com a impossibilidade de representar o UniCo na Liga Nacional este ano, o atleta já demonstra a esperança de que o tratamento dará resultado, e que as emoções do NBB apenas foram adiadas. “No começo, confesso que eu não sabia direito. Porque tu sentes muita dor, eu já passei por outra cirurgia e sei que não vai ser fácil. Mas, ao mesmo tempo, eu ainda sou novo, tenho 29 anos. Hoje em dia, com a cirurgia, fica muito bom. Não vejo por que não tentar, sendo que eu sei que posso ajudar o time. Este ano não vai dar. No ano que vem, eu vou tentar e vai dar certo”, salientou Parisotto.
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