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Dois dias de alegria

Meu pai, que me emprestou o nome, alimentava dois sonhos depois da aposentadoria: adquirir uma granja para poder criar animais – principalmente suínos e frangos –, além de plantar todo tipo de árvores frutíferas como fizera nos meus tempos de piá. Outro projeto acalentado por décadas era morar na praia no período de calor. Morto aos 52 anos, vítima de infarto fulminante em Tramandaí, depois de uma pescaria com minha mãe, o velho Giba estava a 13 meses da aposentadoria que mirava na realização desses dois objetivos.

Somente agora, aos 61 anos, tenho a noção exata de quão precoce foi a partida do meu parceiro de plantar árvores. A influência dos nossos pais se evidencia à medida que a idade avança, amadurecemos. Passamos por três etapas básicas até a idade adulta. Na infância, o pai é nosso super-herói, todo-poderoso, responsável por suprir todas as necessidades. Depois, quando atravessamos a adolescência, a imagem é de um censor, uma pessoa ultrapassada, repleta de preconceitos, resistência ao novo, apegada ao passado. Finalmente na maturidade compreendemos a importância deles na formação, tendo por base os valores herdados da família.

Sempre gostei de praia, desde guri. Hoje, no entanto, não tenho paciência para cumprir o popular bate-volta, roteiro cansativo de ir para o litoral na sexta-feira e retornar no domingo ou na segunda-feira. É muito estresse, agitação e luta contra o relógio. Guardo ótimas recordações com familiares e amigos, todas forjadas nos veraneios. Muitos encontros só aconteciam no verão, ao pé do guarda-sol ou no chope de um bar. Perto de desacelerar, sinto necessidade de um refúgio para recarregar as baterias, inclusive nos meses de frio.

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De março a setembro, as cidades praianas estão calmas – algumas até inseguras –, o agito do verão fica para trás e somente os nativos frequentam a cidade. Como em toda comunidade do interior, as pessoas chamam os vizinhos pelo nome, frequentam os mesmos lugares e constroem amizades duradouras.

Adquirir um esconderijo litorâneo impõe um primeiro desafio: que tipo de imóvel comprar? Prefiro um apartamento pela facilidade de manutenção, sem falar da segurança que afasta o risco de arrombamentos. Uma casa, no entanto, oferece a possibilidade de contato com a natureza, para bronzeado das gurias da casa e o famoso “pé na grama” para tomar um chimarrão, caipirinha ou uma cerveja gelada vendo o pôr do sol.

Já comecei o processo de pesquisa e seleção para chegar à definição nos próximos meses de qual seria o melhor investimento, levando em conta custo-benefício, localização, preço e tipo de imóvel. Dizem que “casa na praia” resulta em dois momentos de alegria: no dia da compra e no dia da venda. Mesmo assim, vou arriscar.

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