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DIRETO DA REDAÇÃO

A hora do bem-estar das árvores

A sociedade incorporou, nos últimos anos, os pertinentes conceitos de bem-estar humano e bem-estar animal. É correto e justo que isso ocorra, e a tal ponto que motivou o fortalecimento na atuação de lideranças públicas e privadas, que se projetaram em torno de tais bandeiras. Mas o curioso é que pouco se ouve alguém falar em… bem-estar das árvores, que é o mesmo que falar em bem-estar de tudo e de todos. É praticamente impossível, quase contrassenso, falar em bem-estar humano ou bem-estar animal sem falar das árvores, da natureza, do ecossistema.

Ocorrem mobilizações e campanhas em nome de um animal (cão, gato, cavalo, aves ou outras espécies, domésticas ou selvagens) que fica exposto ao sol. Mas por que não ocorrem mobilizações de protesto e de cobrança contra o indivíduo (os indivíduos) que suprimiram todas as árvores daquela área e deixaram o animal (e os seres humanos) exposto ao sol inclemente, sem a sombra?

Nesse sentido expõe-se e evidencia-se um equívoco grotesco que marca nosso comportamento social contemporâneo. Queremos qualidade de vida, sombra e água fresca, queremos principalmente ar puro, mas muitos de nós, cidadãos, empresários e, por vezes (pasmem!), até lideranças não hesitam a, em nome de interesses vários, derrubar árvores e agredir paisagens que são patrimônio público. E até com o aval e a conivência dos órgãos dos quais seria atribuição zelar pela preservação, e não por autorizar sua dilapidação. E jamais se trataria da intenção de transformar a cidade em floresta, algo já nem possível, mas sim de não querer vê-la um deserto cimentado, até porque o planeta se chama Terra, e não Cimento.

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Assim como ocorreu na relação entre seres humanos e com os animais, em que uma legislação tornou crime machucar ou agredir qualquer ser, no mundo todo cresce um movimento no sentido de tornar crime qualquer ação de agressão ou de prejuízo contra as árvores (afinal, também seres vivos). Há cidades e países que, em seus planos de urbanidade, já preveem sanções bem pesadas a pessoas ou empresas que cortam ou danificam árvores adultas, reconhecidamente incorporadas ao imaginário (de bem-estar e turístico) de um lugar.

E é para esse cenário que precisamos caminhar, e o quanto antes, enquanto é tempo. E um outro aspecto: quando pessoa ou animal adoece ou se machuca, ninguém os condena; do mesmo modo não se condena árvore a ser derrubada apenas porque está com algum sinal de apodrecimento ou problema. Cuida-se; e promove-se a cura dela, porque a árvore é um ser vivo, e zelar por ela é um dever.

Cães, gatos, cavalos, pássaros, insetos (e pessoas!), todos os seres precisam de parques, praças, jardins, gramados; precisam de oxigênio e de sombra. Tudo o que, pelo andar da carruagem, em breve já não terão. Nem eles, nem nós, e nem as gerações futuras.

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Para refletir. Boa leitura, e bom final de semana. Com sombra.

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