Verão é tempo de curtir as praias, balneários e piscinas. Mas, quando o período tão desejado das férias ou o final de semana acabam, é preciso voltar à realidade e – literalmente – suar a camisa. E não é nada fácil voltar para a rotina quando as altas temperaturas fazem com que o ritmo de trabalho diminua de forma significativa.
A médica dermatologista Jaquelini Barboza, professora do curso de Medicina da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), explica que o excesso de calor, especialmente quando combinado com alta umidade no ambiente, demanda que o organismo se esforce mais para perder o calor. “Acontece a dilatação dos vasos sanguíneos da pele e aumento da sudorese, juntamente com a perda de sais minerais, causando, além do desconforto, fadiga, sonolência, risco de acidentes e ainda sérios danos à saúde. A desidratação associada pode levar inclusive a síncopes. No dia a dia, percebemos irritação, falta de concentração, náuseas”, relata.
A profissional afirma que tais alterações podem se apresentar em nível de menor complexidade, como cansaço e sonolência, redução do desempenho físico e aumento de erros devido à perda de atenção e concentração. Para os trabalhadores que ficam mais expostos ao sol, o prejuízo é ainda maior. “A exposição solar, a quantidade de nuvens, a temperatura, o grau de hidratação corporal e o grau de esforço físico, se extenuantes, podem levar a situações como o colapso pelo calor induzido pelo esforço ou exaustão térmica, duas formas de insolação que atingem tanto atletas quanto trabalhadores expostos a situações de estresse térmico”, frisa.
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De acordo com a médica, existem três tipos de situações graves ligadas ao excesso de calor: insolação, exaustão térmica e colapso pelo calor induzido pelo esforço.
Sintomas da insolação
Os sintomas da insolação são os erros de percepção e raciocínio e, ainda, o aparecimento de sérias perturbações psicológicas que podem conduzir ao esgotamento e fraqueza, dor abdominal, vômitos, desmaios, síncope e até levar à morte. Para evitar esses danos, é importante sempre beber grande quantidade de água e respeitar os sinais do corpo, como náuseas, mal-estar, dor abdominal e cãibras. “São sinais claros de que seu organismo precisa resfriar”, complementa a médica.
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Jaquelini acrescenta que tais sintomas são provocados por alterações fisiológicas decorrentes da aclimatação e estresse térmico, e que melhoram com repouso e hidratação. “Insolação pode matar, pois demanda muito do coração. Ele precisa elevar seu ritmo para aumentar a circulação dos vasos da pele e do pulmão, que são as estruturas que fazem troca de calor, através da transpiração-sudorese e respiração. Por isso, quanto mais alta a umidade no ambiente, mais graves tendem a ser os efeitos do calor, pois diminuem as trocas de calor por sudorese, uma vez que o suor não evapora.”
A síncope por calor também resulta da vasodilatação periférica e do volume intravascular reduzido, mas nesse caso há uma hipotensão ortostática e a perda da consciência. “Recomenda-se deitar a pessoa fora do calor. Em locais com temperaturas muito altas, deve-se diminuir o tempo de exposição do trabalhador ao ambiente para que o organismo possa eliminar o excesso de carga térmica e restabelecer seu equilíbrio”, diz a especialista.
Alimentação condizente com a época do ano
É no verão também que as pessoas passam a não sentir tanta fome quanto em outras épocas do ano. Aquele café da tarde bem completo ou um almoço mais pesado já não descem tão bem. Contudo, não há nada de errado nisso, segundo a nutricionista Juliana Ziebell. “É um mecanismo bem simples de funcionamento do nosso corpo. Nos dias mais quentes, nosso corpo precisa gastar menos energia para nos aquecer. É o contrário do que acontece no inverno, quando a gente precisa gastar mais energia para se manter aquecido e sente mais fome”, explica.
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Para suprir a falta de algum nutriente causada pelo apetite reduzido, ou mesmo diminuir o prejuízo da deslizada nas férias e festas de final de ano, o ideal é sempre voltar à alimentação normal. “Comer comida de verdade, separar frutas da estação, vegetais, de preferência que tenham bastante fibras para normalizar o funcionamento intestinal, evitando frituras e gorduras saturadas e caprichando sempre na hidratação. Não dá para esquecer de beber água nesses dias mais quentes. Nossa temperatura corporal depende da nossa ingestão hídrica.”
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Conforme Juliana, os alimentos mais indicados para esta época do ano e para todas as estações são os que respeitam a sazonalidade. “A natureza é muito sábia. No verão temos em abundância melancia, melão, morango, frutas ricas em água. Então, temos que usar as frutas e vegetais da estação, porque eles estão no seu auge da biodisponibilidade de nutrientes.”
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A nutricionista completa que é preciso levar em consideração o fator transporte. “Temos uma perda de nutrientes se maior for o transporte da lavoura para a mesa. Quanto mais próximo da mesa a gente comprar, menos nutrientes a gente perde.” Essa é a época também de outras frutas, como ameixa e pêssego, que, além de saciar a fome, hidratam, pois são ricas em água.
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