A chuva registrada nesse domingo, 23, trouxe certo alento para os produtores rurais que sofrem com a estiagem. A meteorologista Estael Sias, da MetSul, explica que o quadro de seca deve se agravar a partir de março. Segundo ela, a chuva só deve voltar a ser mais frequente na região com a chegada do inverno. “A estiagem severa que afeta o Rio Grande do Sul já traz impactos no setor agrícola e no nível dos rios, especialmente na região do Vale do Rio Pardo. A seca é resultado do segundo ano consecutivo sob influência do fenômeno La Niña, que neste momento está com intensidade moderada e gradativamente vai perder força até o outono”.

Ou seja, todo verão estará sobre influência deste fenômeno que mantém a chuva irregular, mal distribuída e abaixo da média, com tendência de que a estiagem possa se agravar entre fevereiro e março, meses que haverá redução ainda maior na frequência e volume de precipitação no Estado. De acordo com a meteorologista, o restante de janeiro deve trazer chuva para a região, mas em episódios isolados. “Haverá melhora em curto prazo porque a segunda metade de janeiro terá chuva mais frequente, temporais isolados, de forma ainda irregular, que podem trazer altos volumes de precipitação e ajudar a amenizar os efeitos da estiagem e melhorar um pouco este quadro. Entre o outono e inverno, sem influência do fenômeno La Niña, deverá ter passagens de frente fria e chuvas intensas. É possível que nos meses de inverno a chuva venha em quantidade que deve mudar bastante o padrão de estiagem”.

A precipitação dos últimos dias chegou a refletir no volume de mananciais importantes do Vale do Rio Pardo como o Rio Pardinho, Lago Dourado e Arroio Castelhano. Todos apresentaram elevação de alguns centímetros. No entanto, a situação continua preocupante em médio e longo prazos.

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