O Brasil é o maior exportador de tabaco do mundo, desde 1993. E a Região Sul é responsável por 97% do que é vendido para 105 países. A somatória das negociações no último ano, no entanto, apresentou redução de 10,61% em valores e de 9,69% em quantidade, no comparativo com 2020, representando uma pequena variação para baixo no valor pago pelo quilo. A maior causa dessa diminuição é a deficiência logística mundial: faltam contêineres e navios.
A afirmativa sobre o que justifica menor volume negociado é do presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke. Ele acredita que há mercado para ampliação, o que era projeto no início de 2021 e acabou não se concretizando. “Começamos o ano passado muito bem, mas no segundo semestre os números não acompanharam 2020. Em julho, agosto, setembro e dezembro foram percebidas quedas grandes, principalmente por falta de estrutura logística”, afirma.
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O volume apontado por Schünke como destaque no início do ano anterior também é explicado pelo que havia sido negociado em 2019 e não embarcado. Com o deficit de contêineres e navios, no ano passado, isso deve repetir-se agora, apontando volumes bem expressivos no primeiro quadrimestre.
Ainda assim, os apontamentos do Ministério da Economia sobre a representatividade do setor nas exportações brasileiras mostram que houve redução de 0,3 pontos percentuais. “O País teve um aumento de 34% nas exportações, e o tabaco apresentou redução; então, a representatividade é menor”, explica. A mesma situação ocorre no Rio Grande do Sul. Em 2020, os gaúchos venderam US$ 14 bilhões para o exterior, ampliando para US$ 21 bilhões no ano seguinte. O tabaco baixou sua presença de 9,52% para 5,76%.
“O ideal seria exportar cigarro, mas os clientes buscam a matéria-prima aqui no País”, destaca Schünke, como uma alternativa de ampliação da rentabilidade. E fazem isso porque encontram no Brasil qualidade, integridade do produto e sustentabilidade, com foco nas questões sociais da cadeia produtiva e no cuidado com o meio ambiente. Assim, 85% da safra nacional vai para outros países. Os 15% restantes, de acordo com o presidente do SindiTabaco, dão conta de abastecer o mercado interno. “Se não fosse a exportação, teríamos que reduzir em muito a produção”, alerta.
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Setor tem mantido estabilidade
Iro Schünke reforça que não é possível estabelecer uma avaliação olhando apenas para os dados de um ou dois anos. É preciso separar uma sequência maior para observar eventuais variações. Ele observa que nos últimos cinco anos, pelo menos dois foram semelhantes, mantendo-se próximo das 500 mil toneladas, e dois superaram essa quantidade. “Pode se dizer, com isso, que estamos mantendo estabilidade, apesar da redução do último ano”, frisa.
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Em relação à produção, que aponta eventual diminuição em área, Schünke entende que isso faz parte do planejamento das empresas com os produtores que adotam o sistema integrado. A safra costuma, então, atender à demanda. “Claro que acontecem variações em cima da produtividade, o que é motivado, em muito, pelas condições climáticas”, diz. Exemplifica com os volumes das últimas safras, que se mantiveram perto das 600 mil toneladas.
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Os números
Exportação brasileira
2020 2021 Variação Valor (US$) 1,638 bilhão 1,464 bilhão – 10,61%
Quantidade (ton) 514.287 464.429 – 9,69%
Exportação Região Sul
2020 2021 Variação
Valor (US$) 1,595 bilhão 1,421 bilhão -10,96%
Quantidade (ton) 510 mil 459.364 -9,94%
Mercados do Tabaco Brasileiro 2021
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- União Europeia: 40%
- Extremo Oriente: 28%
- África/Oriente Médio: 9%
- América do Norte: 9%
- América Latina: 9%
- Leste Europeu: 5%
Participação exportação brasileira 2021
- Brasil: 0,5%
- Região Sul: 2,87%
- Rio Grande do Sul: 5,76%
Cinco principais países importadores 2021 (na ordem)
- Bélgica
- China
- Estados Unidos
- Indonésia
- Emirados Árabes Unidos
*Fonte SindiTabaco/Ministério da Economia
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