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SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA

Rio Pardo estima perdas de R$ 218 milhões com estiagem

A água do Rio Pardo praticamente parou de correr nas proximidades da ponte velha, na cidade, em virtude da escassez das chuvas

A escassez de chuvas nos últimos meses motivou o acúmulo de perdas estimadas em R$ 218.136.625,00 nas principais atividades da agricultura em Rio Pardo. O valor é praticamente o dobro da previsão do orçamento do município para este ano. O prefeito Edivilson Brum assinou nessa terça-feira, 11, o decreto de situação de emergência, válido por 180 dias, por causa dos problemas provocados pela estiagem.

As comunidades mais atingidas pela baixa precipitação de chuva desde outubro são Passo da Timbaúva, Abelina, Albardão, Cabral, Cruz Alta, Cruz Altinha, Barragem, Rincão dos Paz, Beco do Luciano, Corredor dos Coqueiros, Corredor dos Bruns, Passo da Taquara e Passo da Areia. O abastecimento de água à população afetada ocorre por meio de bombonas e caminhão-pipa. Até agora, o trabalho aconteceu por intermédio de 14 carregamentos de caminhão, totalizando o volume equivalente a 70 mil litros, além da distribuição de 785 unidades de bombonas, somando 15,7 mil litros.

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Dados da Defesa Civil do município apontam que, até o momento, 432 pessoas foram atendidas de forma direta com o abastecimento para suprir a falta de água potável para consumo humano. Desde o dia 1º de outubro até 2 de janeiro, conforme a Emater/RS-Ascar, a estação meteorológica do Instituto Nacional de Meterologia (Inmet) na localidade de Rincão Del Rey registrou 203,6 milímetros de chuva. Nesse período, a média histórica dos últimos 30 anos é de 452 milímetros.

O deficit hídrico afetou significativamente as expectativas de produção em todas as comunidades do município. Culturas como o milho, a soja, o arroz e as pastagens mostram cenários desoladores na área rural. O Rio Pardo corre apenas com um pequeno fio de água no leito, com a formação de uma sequência de poças no trecho da ponte velha.

O levantamento dos dados para o relatório das perdas da Defesa Civil contou com a participação da equipe da Assistência Social, da Emater, do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, da Cooperativa Tritícola de Espumoso Ltda. (Cotriel) e do Sindicato Rural.

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As perdas

  • Soja: a estimativa de perda é de 25% na área plantada, de 72.030 hectares. O prejuízo soma R$ 168.370.125,00.
  • Milho grão: na primeira safra, as perdas chegam a 55% na área plantada, de 3.150 hectares. O total do prejuízo é de R$ 16.821.000,00.
  • Milho silagem: as perdas chegam a 20% nos 400 hectares plantados. O prejuízo é de R$ 800 mil.
  • Melancia: com 500 hectares plantados, a estimativa é de perdas de 40% em áreas não irrigadas e 15% nas irrigadas. O total do prejuízo é de R$ 4.500.000,00.
  • Arroz irrigado: a área total plantada nesta safra é de 8.500 hectares. Devido à falta de chuvas, os pontos utilizados para captação com fins de irrigação estão baixos e comprometem 1.500 hectares no momento. O prejuízo está estimado em R$ 6.352.500,00.
  • Bovinos de leite: a produção, em consequência dos problemas com pastagem, caiu em 30%, equivalente a aproximadamente 860 mil litros de leite, o que totaliza R$ 1.548.000,00 de perdas.
  • Bovinos de corte: as perdas representam 40% do desfrute esperado para o período de outubro de 2021 até agora. O prejuízo totaliza R$ 19.440.000,00.
  • Olericultura: as perdas nessas culturas atingiram, em média, 50% nos 30,5 hectares de cultivo. O prejuízo totaliza R$ 305 mil.

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Recursos permitem contratar horas-máquina

O município de Rio Pardo está entre os seis no Estado que serão beneficiados com repasse de recursos para contratação de horas-máquina visando a recuperação de estradas vicinais, dentro do Plano de Enfrentamento à Estiagem do governo do Rio Grande do Sul. No total, serão investidos R$ 600 mil na contratação dos serviços. Com a iniciativa, a Secretaria de Obras e Habitação finaliza o aporte de R$ 6,2 milhões para atenuar os efeitos da falta de chuva em 62 cidades do interior.

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Os municípios contemplados na segunda-feira são Candiota, Ivorá, Nova Esperança do Sul, Rio Pardo, Riozinho e Vila Nova do Sul. Cada prefeitura receberá R$ 100 mil para a execução dos trabalhos. Serão recuperados 265 quilômetros de estradas, o que deverá beneficiar 6 mil famílias. “O governo do Estado segue trabalhando para amenizar os efeitos da estiagem. Inclusive, na última semana, o governador já anunciou novas ações. É um trabalho conjunto das secretarias de Estado para colaborar com a retomada da normalidade nos municípios”, destacou o secretário de Obras e Habitação, José Stédile.

Como o decreto de emergência reconhecido pela Defesa Civil em 2020 não se encontra mais em vigência, haverá contrapartida dos seis municípios. O ato em Porto Alegre teve participação dos prefeitos Saulo Piccinin (Ivorá), Alceu Marcos Pretto (Maquinhos-Riozinho) e Sérgio Coradini (Vila Nova do Sul), além do presidente da Câmara de Vereadores e prefeito em exercício de Rio Pardo, Diego Bitencourte. O município de Candiota foi representado pelo coordenador de Projetos Juliano Lazzare. A Prefeitura de Nova Esperança do Sul não teve representação devido ao surto de Covid-19 que atingiu o Poder Executivo.

Ações no município

  • 162 quilômetros de estradas
  • Localidades: Barragem, Passo D’Areia, Albardão, São José e Bexiga
  • Impacto: 4.144 famílias

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