Desde o início do ano passado, a loja Havan, situada no Bairro Schulz, à margem da BR-471, em Santa Cruz do Sul, sofre com a ação de criminosos. Foram diversos os casos em que delinquentes causaram danos ao estabelecimento, principalmente por arrancar os fios elétricos de cobre ou mesmo as grelhas de metal para escoamento de água. Em abril de 2021, a Gazeta revelou a sequência de quatro furtos no pátio da empresa, que teve toda a fiação dos seus 13 postes de iluminação avariada por ladrões, deixando o estacionamento às escuras.
Em duas oportunidades no mês de setembro, um criminoso arrancou e furtou canos de cobre dos aparelhos de ar condicionado. Grades de ferro e tampas de hidrômetros também foram levadas. Até então, os ladrões não tinham sido pegos em flagrante pelas forças de segurança. Ao longo dos meses, no entanto, a gerente da loja, Jéssica Mantuan, investiu pesado na segurança. Os postes da fiação elétrica foram concretados no chão, para dificultar a ação dos criminosos. Mais de R$ 80 mil foram gastos com a compra e instalação de 11 câmeras de segurança com alta definição e o chamado cross line, que é uma espécie de sensor de movimento para detectar a presença de invasores.
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Os investimentos deram resultado. Na madrugada de sexta-feira, 31 de dezembro, o sistema de videomonitoramento 24 horas flagrou a ação de um criminoso e a gerente foi informada da situação. Rapidamente, a Brigada Militar foi acionada, às 4h15, e deslocou-se até o pátio da loja. A guarnição localizou o suspeito escondido atrás de uma mureta, portando um pé de cabra e uma faca. Ao ser abordado, o homem investiu com a faca contra os PMs, que precisaram usar a força para contê-lo e algemá-lo.
Em contato com a segurança da Havan, foi possível confirmar através de imagens que se tratava do autor da tentativa de furto qualificado e danos na parte estrutural da fiação dos condicionadores de ar. Ele é conhecido da polícia. Tem 26 anos e mais de dez ocorrências por furto simples ou qualificado. Levado até a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), o delegado plantonista na ocasião optou por fazer o registro e liberar o suspeito.
“Fica a frustração, pois a gente fez a nossa parte. É um sentimento de impotência, pois fizemos investimentos para pegar esse criminoso. A Brigada Militar prontamente veio e o prendeu, mas na delegacia o liberaram. Ficamos muito indignados, pois é um homem com uma ficha extensa de crimes”, disse a gerente da Havan. “Nos disseram que, se ele tivesse retirado os canos de cobre, levado e daí sido preso, teria configurado o flagrante, mas fica a pergunta: e o dano que ele causou? Na outra vez, em setembro, foi um prejuízo de R$ 9.800,00. Agora, nesta do dia 31, mais R$ 10 mil. Sem contar o gás que vaza dos aparelhos após ele quebrar, tóxico para o meio ambiente”, complementou.
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Em áudio divulgado em grupos de WhatsApp, o advogado Fábio Roberto, que representa a Havan, teceu duras críticas ao fato de o criminoso ter sido liberado. “Levamos nossa indignação aos superiores, como a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul e demais encaminhamentos.”
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“Será investigado”, afirma Luciano Menezes
Uma investigação sobre o fato foi iniciada pela 1ª Delegacia de Polícia (1ª DP) de Santa Cruz do Sul, que já analisa os delitos passados ocorridos no mesmo estabelecimento. Nessa terça-feira, 4, os agentes tomaram o depoimento do chefe de segurança da Havan. À Gazeta do Sul, o delegado regional Luciano Menezes relatou que o homem preso no local estava nos chamados “atos preparatórios” para cometer o delito, e foi pego antes que pudesse concretizar, de fato, um crime.
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“Tive acesso às imagens e é possível ver o início de uma execução. Nesse fato, não há furto, e nem um furto tentado, pois ele não retirou nada do local. Mesmo assim, este e outros tantos delitos estão sendo investigados pela delegada Ana Luisa Aita Pippi e sua equipe da 1ª DP”, salientou Menezes, responsável pela 16ª Delegacia de Polícia Regional (16ª DPR).
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