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NATUREZA

Longe do agito, casal de tucanos faz ninho e cria filhotes em árvore do Parque da Gruta

Foto: Alencar da Rosa

Só no bico: tucanos utilizaram tronco de árvore no Parque da Gruta como ninho para gerar filhotes, mesmo em área movimentada

O bico grande e multicor faz do tucano uma ave que muito bem representa o Brasil e o principal habitat: as florestas tropicais. Encontrada, pelo menos, entre a Argentina e a Guiana, tem cerca de 40 espécies catalogadas e procura os espaços mais seguros para montar ninho e garantir o nascimento dos filhotes.

Para o doutor em Biologia Andreas Köhler, da Unisc, a menor movimentação de pessoas em locais públicos, como parques, devido aos protocolos sanitários estabelecidos por causa da pandemia, fez com que os tucanos se expusessem mais. A situação é bem ilustrada por um casal que escolheu uma árvore no Parque da Gruta, em Santa Cruz do Sul, para estabelecer um ninho. “Eles costumam buscar espaços em que fiquem seguros em relação aos predadores”, afirma o professor.

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Geralmente em partes altas, para não serem vítimas de graxains e gatos, por exemplo, além dos humanos, optam por buracos nas árvores para a procriação. Não raras vezes, reutilizam ninhos em que já geraram filhotes em outros momentos. Köhler frisa que a presença dessa ave é muito comum na região, sendo representada por pelo menos cinco espécies, que costumam se adaptar melhor ao clima. A predominância, porém, é em locais mais quentes, como ocorre no Brasil a partir do Sudeste. “Temos ocorrências em parques, em propriedades particulares e até aqui no campus da Unisc”, afirma.

A variedade é identificada pela coloração do bico, um importante diferencial, assim como a cauda – somadas, essas duas partes costumam superar o tamanho do corpo. “A maior parte, adulta, mede em torno de 50 centímetros, entre a ponta da cauda e a ponta do bico”, explica. Os maiores animais chegam a 70 centímetros, sendo 20 de rabo, outros 20 de bico e 30 centímetros de corpo.

Geração e alimentação

Após se estabelecer no ninho, o casal acompanha a postura de ovos, em média quatro, que acabam resultando em dois ou três filhotes. Para isso, levam em torno de 20 dias, período em que a fêmea faz a incubação. Depois, por mais 30 dias, os pais se revezam no trato dos pequenos com alimentos. Em geral, costumam comer frutas e sementes, sendo importantes para a natureza pela capacidade de dispersão para longe da planta-mãe. Entretanto, atendendo à necessidade proteica dos recém-nascidos, podem levar larvas de insetos e vermes para os filhos.

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A abundância de alimentos no meio ambiente, no fim da primavera e no início do verão, faz com que escolham esse período para a reprodução. “A melhor forma de cuidarmos e fazermos com que tenham permanência é ignorá-los, deixando que cumpram o processo de reprodução”, orienta o professor, pois quando são percebidos costumam atrair a atenção de curiosos, que querem registrar em fotos ou mesmo tentar apreendê-los. Pela natureza deles e pela necessidade de espaço e alimentação, não se adaptam ao cativeiro. Cativos são aos parceiros, mantendo fidelidade. Os filhotes, depois que voam, muitas vezes acabam ficando perto dos pais.

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