O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) confirma no Brasil a invasão do pássaro de espécie Sturnus vulgaris, conhecida por “estorninho”. A ave, que vive em bandos, come invertebrados nativos e sementes, provocando danos agrícolas a lavouras e pomares.
O biólogo e professor do Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Andreas Koehler, acredita que, com o tempo, o pássaro vai chegar ao Vale do Rio Pardo. Comum na Europa, Ásia e norte da África, o estorninho alcançou o Sul do Brasil pelo Uruguai.
O professor explica que, pelo fato de o Uruguai possuir fronteira seca com o Brasil, o estorninho chegou ao Rio Grande do Sul e já pode ser visto em pequenos bandos, tantos em áreas rurais quanto urbanas. A primeira vez em que foi visto foi em 2014, em Lavras do Sul. Sete anos depois, a espécie já está em outras cidades como Aceguá, Bagé, Chuí e Santa Vitória do Palmar.
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A ave tem cerca de 21,5 centímetros de comprimento e pesa de 70 a 100 gramas. É um pássaro escuro, com manchas brancas nas penas e uma plumagem iridescente – semelhante às cores do arco-íris – no peito, nuca e costas. Compete com a fauna nativa por alimento e locais para fazer seu ninho. “Foi trazido para a América do Sul pela sua beleza e está se espalhando agora como espécie exótica invasora”, enfatiza.
Ibama
Por se tratar de um processo em estágio inicial, o Ibama está reunindo informações sobre a biologia e extensão da espécie. Sendo assim, foram iniciadas tratativas com instituições de pesquisa e demais setores do Poder Público que possuem competência, a fim de adotar medidas coordenadas para a detecção precoce de ocorrências, controle e comunicação social. A ave é considerada invasora.
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