Omundo todo só fala do Homem-Aranha. E ninguém consegue escapar dessa teia. Nem você, tenho certeza. E, cá entre nós, vale a pena se render a esse convite. O novo filme centrado no personagem aracnídeo mais famoso de todos tempos, Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, está batendo recordes de bilheteria no Brasil e no exterior, algo que já era previsto desde o anúncio de lançamento. A pré-estreia, na quarta-feira, também nas duas casas de exibição de Santa Cruz do Sul (Cine Santa Cruz e Cine Max Shopping), foi de salas lotadas, e assim continuou nos dias seguintes, quando a produção entrou na programação semanal.

Quem já conferiu a atração de fato não poderia ter qualquer dúvida do grande sucesso da nova incursão do super-herói pela tela grande. Sob a direção, seguríssima, de Jon Watts, o mesmo cineasta das duas produções anteriores com Tom Holland no papel principal (Homem-Aranha: De Volta ao Lar, de 2017; e Homem-Aranha: Longe de Casa, de 2019), o novo filme vinha cercado de expectativa por conta da exploração do mote final do imediatamente anterior.

E é exatamente com essa ponte com o segundo da série que se depara o espectador. Tudo porque Mysterio (Jake Gyllenhaal), derrotado pelo Aranha, revelara ao Clarim Diário a verdadeira identidade do super-herói. Agora todo mundo sabe que ele atende pelo nome de Peter Parker, o que transforma a vida desse moço em um inferno. Nem ele, nem a tia May (Marisa Tomei), nem a namorada Michelle Jones (Zendaya) e sequer os amigos conseguem ter sossego, em qualquer lugar por onde andem. Cansado de tanto assédio, dividido entre o amor e o ódio da população, ele apela para uma solução: pede ajuda ao Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch), que concorda em lançar mão de um feitiço, fazendo com que todos (ou ao menos quase todos) esqueçam o que foi anunciado por Mysterio.

Parecia perfeito. Mas o problema é que nem tudo sai como planejado. E, se ele imaginava que ia escapar de um inferno com a exposição global de sua identidade, agora descobre que mergulhará num inferno muito, mas muito pior. Tudo porque, numa exploração magistral da teoria do multiverso, Parker/Homem-Aranha passa a se deparar com vilões que voltam do passado para atazanar e aterrorizar o herói.

E então a tela será preenchida por surpresa e mais surpresa. Se alguém teve relato ou depoimento de plateias reagindo aos gritos, assobios, urros e aplausos, com plena emoção, acredite! A cada nova sessão, é impossível aos fãs de carteirinha do aracnídeo ficarem indiferentes. Com direito a momentos pungentes, a rompantes de declaração de amor e de afeto, a celebração da amizade acima de tudo. E, claro, nem seria preciso dizer: lançando mão dos moderníssimos recursos do digital, com voos alucinantes, muita ação e uma fotografia de tirar o fôlego. Como não ficar preso nessa teia?

Criador e criatura
Se a criatura está em alta, não poderia ser diferente com o criador. O escritor Stanley Martin Lieber, o Stan Lee, surfa na teia da fama de uma de suas mais famosas invenções, o Aranha, é claro! E se o aracnídeo está na moda, é claro que o seu idealizador também deveria ser lembrado (e com justiça). No ano que vem, em agosto, vão transcorrer os 60 anos desde que o Aranha fez sua primeira aparição, em 1962.

E o final de 2022 terá motivo para dupla comemoração, remetendo ao centenário de nascimento de Stan Lee, em 28 de dezembro de 1922, em Manhattan, Nova Iorque. Ele faleceu em 12 de novembro de 2018, em Los Angeles. São de sua pena ainda heróis como X-Men, Hulk, Homem de Ferro, Thor, Demolidor, Quarteto Fantástico, Viúva Negra… Isso tudo é lembrado por Abraham Riesman no livro Invencível: a ascensão e a queda de Stan Lee, que a Globo Livros acaba de lançar, no calor da chegada do novo filme aos cinemas. São 400 páginas, em tradução de André Gordirro, com direito a capa dura, a R$ 69,90.

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