Andar pelas calçadas da cidade se tornou um verdadeiro rali, mas a pé. E isso não é exclusividade dos passeios públicos para pedestres de Santa Cruz do Sul, mas se vê e nota em diversos outros municípios. Assim como não dá para atribuir toda a culpa às prefeituras por falta de fiscalização e outras medidas mais rigorosas. Afinal, as calçadas são uma extensão do terreno das casas e lojas e é de bom-tom que os proprietários cuidem desses espaços.

Em dias de chuva, em alguns lugares, é necessário sair com um bom aparato, como galochas e capas de chuva. Com as lajes soltas, quebradas e com grandes desníveis, é inevitável aquele banho dos pés até pelo menos os joelhos. E para completar a molhaçada, em meio aos cuidados para ver onde se pisa, tem aqueles galhos de arbustos tomando conta das calçadas, que completam o banho. Depois de algumas quadras, a roupa do pedestre pinga mais que o próprio guarda-chuva.

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Todos sabem o significado de calçada: caminho calçado ou pavimentado, destinado à circulação de pedestres. Logo, não deveria haver necessidade de regras para a ocupação. Mas é comum os tapumes de obras ocuparem quase a totalidade do espaço, não restando outra opção a não ser desviar pela rua. E que os cadeirantes e pessoas com outras deficiências se danem. Sem falar nos montes de areia, tijolos e outros materiais. Ou, então, produtos de lojas e outros obstáculos.

Tem ainda aqueles que preferem deixar crescer o mato no lugar onde deveria ter calçada na frente dos terrenos. Ou os que trocam a rua e garagem pelos passeios públicos para estacionar os veículos. E quem nunca quase foi atropelado por um ciclista? Tudo bem que andar de bicicleta em algumas ruas é viver em perigo constante. Mas também tem aqueles locais onde a calçada é algo simbólico: é tão estreita que as empresas de energia elétrica tiveram que fazer um esforço enorme para caber o poste. E, claro, o pedestre mais uma vez precisa disputar espaço na rua com os carros.

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Ainda bem que nem tudo é assim na cidade. Que sensação de conforto poder andar em locais com calçadas em boas condições, onde dá para observar as árvores, flores, detalhes dos prédios, vitrines e outros aspectos sem medo de tropeçar a qualquer passo seguinte. A própria aparência dessas áreas fica bem melhor, pois mostra organização, capricho, cuidado e preocupação com o bem-estar do público.

Como costumava dizer aquele ex-árbitro em suas análises de jogos de futebol: a regra é clara. “Todo proprietário de imóvel com frente para o logradouro pavimentado, deverá efetuar o calçamento do passeio público (calçadas) e mantê-lo em bom estado de conservação e limpeza. Entende-se por bom estado de conservação, as calçadas que não apresentam gramíneas, inço ou limo, material solto, irregular, em falta, ou qualquer material que dificulte a acessibilidade.” E mais: “Toda calçada deverá ter pelo menos 2/3 de sua largura livre para o trânsito de pedestres, rente ao alinhamento dos prédios, não podendo neste espaço haver nenhuma obstrução por mesas, cadeiras, cavaletes de publicidade, totens, floreiras, árvores, bancos, equipamentos urbanos ou qualquer outra barreira que dificulte a acessibilidade e livre trânsito dos pedestres.” Ou seja: se todos cumprissem a lei, a vida dos pedestres seria muito mais tranquila na cidade.

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