Um momento tenso marcou a manhã desta quarta-feira, 8, no plenário do tribunal do júri do Foro Central I, em Porto Alegre, onde estão sendo julgados os réus acusados de terem causado o incêndio na Boate Kiss, em 27 de janeiro de 2013. Durante seu depoimento, o prefeito de Santa Maria na época da tragédia, Cezar Schirmer, explicava ao juiz Orlando Faccini Neto as modificações realizadas na Prefeitura em seu mandato, tais como aumento para servidores e melhorias estruturais.
Em meio às afirmações, muitos pais da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) reclamaram do conteúdo do depoimento, citando que tais informações nada tinham a ver com o caso. Em um gesto único, todos os integrantes do grupo deixaram o local. Na sequência, já do lado de fora do plenário, a mãe Elizete, do jovem Ariel, que morreu no incêndio, passou mal e, aos gritos de “mataram meu filho”, precisou receber atendimento médico e ser levada para o ambulatório.
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“Muito ofensivo”, afirma presidente da AVTSM
Em meio ao encaminhamento da mãe que passou mal ao ambulatório, a AVTSM promoveu uma espécie de coletiva improvisada em frente ao plenário. “Na hora de responder, todo mundo é inocente, ninguém tinha nada a ver. O ex-prefeito está, mais uma vez, tentando abraçar os funcionários públicos. Isso é muito ofensivo pra nós”, disse o presidente Flávio Silva, que ao chegar no plenário, mais cedo, levou consigo uma imagem de Nossa Senhora Aparecida.
“Isso que está acontecendo aqui é para julgar os quatro réus pelos crimes. Não podemos perder o foco”, complementou o diretor-jurídico da AVTSM Paulo Carvalho.
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