Lançado durante a pandemia, em novembro de 2020, o sistema Pix veio como uma forma de auxiliar os comerciantes que viviam em crise devido ao isolamento social. Hoje, após um ano, percebe-se que, de fato, a novidade proporcionou fôlego às empresas, em razão de sua praticidade e facilidade na realização de pagamentos.

Uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Sebrae, aponta que o sistema de pagamento instantâneo e gratuito para pessoas físicas e jurídicas já é o segundo meio mais utilizado no País, quase empatado com o dinheiro. O levantamento destaca que as modalidades mais utilizadas pelos brasileiros são dinheiro, protagonizando com 71%, seguido pelo Pix, com 70% – os índices passaram de 100% porque cada entrevistado pôde elencar mais de um método de pagamento.

Depois vêm o cartão de débito, com 66%, e o de crédito, com 57%. De acordo com a pesquisa, 83% dos usuários do Pix justificam a preferência pela rapidez e praticidade, pelo fato de evitar ou minimizar contato físico e também em virtude da segurança.

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Em Santa Cruz do Sul, o ritmo é acelerado no que diz respeito ao uso da tecnologia. Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Ricardo Bartz, a tendência da digitalização dos meios de pagamento foi estimulada ainda mais pela pandemia de Covid-19. “A crise sanitária impôs a necessidade de isolamento social e impulsionou o uso de meios que reduzem o compartilhamento de objetos.” Bartz acredita que a maioria dos lojistas tenha aderido a essa forma de pagamento pela sua facilidade. “Hoje, grande parte das pessoas têm acesso à internet e à conta bancária virtual, o que traz uma grande comodidade”, ressalta. 

Na avaliação de Mauro Spode, presidente do Sindilojas de Santa Cruz do Sul, o novo sistema trouxe somente benefícios. “É uma modalidade que agiliza sem custos e beneficiou não apenas o consumidor, mas também os empresários. Claro que tivemos que nos adaptar em questão de contabilidade, mas as coisas têm ido de forma bem positiva neste primeiro ano”, comenta Spode. “É um serviço que atende ambos os lados, é um facilitador de negociações, traz agilidade e praticidade.”

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Comerciantes se adaptaram bem

Aproximadamente 90% dos clientes da Avelar Solução para Sua Obra, de Santa Cruz do Sul, têm optado pela plataforma Pix para realizar pagamentos. O proprietário Gelson Avelar Almeida comenta que o sistema veio para melhorar muito as negociações. “Ficou tudo mais rápido, tanto para pagar quanto para receber.” O empresário diz que o Pix é usado para pagamentos à vista e também parcelados.

Luana Kessler, gerente da Ótica Kothe, adianta que a loja ainda não trabalha com QR Code para Pix, mas já está encaminhando isso. Segundo ela, em torno de 40% dos clientes optam pelo novo método, seja para valores maiores, seja para menores. “Muitas compras conseguimos negociar se o pagamento é por Pix. Como o valor é pago à vista, e por ainda não ter nenhuma cobrança em cima, facilita. Assim a gente consegue até dar algum desconto.” 

Na Gasima, pagamentos via Pix correspondem a entre 30% e 40% da movimentação de caixa. O empreendimento já atua com o QR Code, que é disponibilizado ao cliente no caixa. “Às vezes o cliente não está nem aqui na cidade e já faz o Pix. Então já adianta essa compra e a gente logo despacha para entrega, fica tudo mais fácil”, enfatiza o gerente, Leandro Gerlach. Durante o período de isolamento social, o sistema facilitou ainda mais. “O pessoal não vinha mais para a loja. Antes tínhamos que mandar máquina de cartão, era toda uma logística, e hoje em dia ele já pode fazer um Pix na hora.”

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