O principal líder da organização criminosa que comandava o tráfico de drogas em Rio Pardo, alvo da megaoperação Tentáculos, deflagrada em 10 de dezembro do ano passado pela Polícia Civil, foi condenado pela Justiça. Em sentença proferida pela juíza Magali Wickert de Oliveira, do Fórum de Rio Pardo, Jéferson Juliano Vedoi, de 41 anos, recebeu a pena de 18 anos e oito meses pelo crime de tráfico de drogas.

Vedoi já cumpria pena por tráfico, associação ao tráfico, porte ilegal de arma de fogo e receptação, na Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas, para onde foi transferido da Penitenciária Modulada de Ijuí, onde estava quando a megaoperação foi deflagrada. Na mesma sentença da magistrada, outro alvo da operação, David Rodrigues da Luz, de 22 anos, foi condenado a nove anos e sete meses por tráfico.

David foi preso durante a Tentáculos, em um dos 59 mandados – 16 de prisão preventiva, três de apreensão de menores e 40 de busca – cumpridos por mais de 250 policiais em 10 de dezembro do ano passado. Depois disso, ele acabou recebendo liberdade provisória, por ordem judicial, mas foi preso preventivamente por um assalto cometido em setembro passado, no centro de Rio Pardo. Atualmente, encontra-se recolhido no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul.

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“Que sirvam de exemplo”, afirma delegado

As duas condenações são as primeiras proferidas em decorrência da Tentáculos, considerada uma das maiores operações da história do Vale do Rio Pardo. A investigação da Delegacia de Polícia (DP) de Rio Pardo apurou à época que mais de 20 mortes violentas na Cidade Histórica tiveram como pano de fundo o tráfico de drogas e Vedoi como mandante. Dentre as execuções, a que ganhou maior repercussão foi a do motorista de aplicativo Patrick Brum Dall Ongaro, de 30 anos, de Cruz Alta.

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Ele foi atraído pelo bando de Vedoi até Rio Pardo e, após ser pego, foi cruelmente degolado por seis pessoas. O mandante, Jéferson Juliano Vedoi, teria assistido à execução de dentro da cela da prisão por meio de vídeos que seus comandados fizeram, enquanto a vítima agonizava, tendo o pescoço cortado por uma faca de cozinha. Todos os autores e envolvidos nesse caso foram presos na operação.

“Estas são as primeiras condenações desse trabalho que fizemos. Ao todo, mais de 50 processos foram gerados a partir da nossa operação. Precisamos deixar claro que o crime não compensa, tem consequências e são graves. Para quem comete um crime de tráfico, por exemplo, o prejuízo pode ser muito grande, como essa condenação por 18 anos”, comentou Anderson Faturi, que responde pela DP de Rio Pardo e coordenou a megaoperação Tentáculos. “Vamos ter vários processos julgados ao final deste ano e início do ano que vem. Esperamos que as condenações sejam pesadas, como essas, e sirvam de exemplo”, complementou o delegado.

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