Por Dr. Eduardo Gröhs – Urologista
Antes chamada de impotência sexual, a disfunção erétil é a incapacidade de o homem conseguir obter e manter uma ereção do pênis o suficiente para possibilitar uma atividade sexual satisfatória. Nem sempre o fato de não conseguir ter uma ereção adequada se traduz em disfunção erétil, mas se isso ocorrer de forma frequente, o ideal é consultar um médico urologista para uma avaliação adequada.
Estima-se que 100 milhões de homens no mundo apresentam disfunção erétil, sendo esta a mais comum disfunção sexual encontrada nessa população após os 40 anos. No Brasil, a prevalência se aproxima de 50% após os 40 anos, algo em torno de 16 milhões de homens. Alguns estudos demonstram que até 52% deles podem ter algum grau – leve, moderado ou grave – de disfunção erétil.
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A DE diminui muito a qualidade de vida de muitos homens e pode também comprometer o relacionamento do casal. Antes um grande tabu – até hoje ainda é, para alguns –, a DE vem cada dia mais sendo discutida entre os homens e seus urologistas. Pode ser um sinal de doenças crônicas em atividade ou mesmo problemas psicológicos, afetando a qualidade de vida dos pacientes e das parceiras.
Do ponto de vista didático, podemos dividir as causas da DE em dois grandes grupos: causas psicológicas e orgânicas. A psicológica em geral é recente, de início abrupto e não está associada a fatores de risco orgânicos. Muitas das vezes é intermitente, acontecendo em algumas situações, com determinadas parceiras ou em determinados locais. Muitos dos homens referem masturbações normais, mas não conseguem ereção satisfatória na relação sexual.
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Já a DE de causa orgânica em geral vem de longa data, com a qualidade da rigidez diminuindo progressivamente ao longo dos meses e anos, e não é intermitente. Em geral, é proveniente de alterações vasculares (artérias e veias) do pênis, alterações na inervação do pênis ou fatores endocrinológicos (homens com DE devem sempre fazer a dosagem da testosterona). Pode ser também devido a algumas doenças locais no pênis, como o aparecimento de fibroses e/ou curvaturas (doença de Peyronie).
A impotência sexual pode ser manifestada de várias maneiras, não somente pelo fato de não conseguir manter o pênis ereto, mas por problemas na ejaculação ou orgasmo. Em certos pacientes ocorre uma demora para manter uma ereção duradoura ou a ereção até é obtida, porém, não apresenta rigidez suficiente. Outras vezes, mesmo apresentando uma ereção adequada, ocorre a ejaculação precoce.
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Na maioria das vezes, a DE orgânica está relacionada a fatores de risco como diabetes, hipertensão arterial, colesterol e triglicérides altos, obesidade (a chamada Síndrome Metabólica), vida sedentária, álcool em excesso, fumo, depressão etc. Mudanças de hábitos e controle desses fatores de risco podem melhorar as ereções em muitos dos homens. Não devemos esquecer também que alguns medicamentos podem influenciar na qualidade das ereções, e sua substituição por outros medicamentos – sob supervisão médica – pode reverter o quadro.
Quando a causa é psicológica, apenas uma boa orientação pode ser suficiente para melhorar a situação, mas muitas vezes temos de recorrer à terapia sexual breve. Ela é realizada em geral entre dois a seis meses, visando a diminuir a ansiedade em relação ao sexo e o chamado “temor de performance”, que é o medo de entrar na relação sexual e não conseguir a ereção. Por vezes, podemos associar medicamentos à terapia sexual para facilitar a ereção.
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As causas são variadas, podendo estar relacionadas a:
- Problemas circulatórios: a ereção depende diretamente do fluxo de sangue para o pênis, portanto as alterações que dificultam a circulação adequada para essa região podem causar disfunção erétil. Temos como exemplo as doenças cardiovasculares (hipertensão, doença arterial coronariana), diabetes, colesterol elevado, tabagismo, cirurgias prévias na pelve e pessoas submetidas a radioterapia prévia.
- Neurológicas: até 20% dos casos de disfunção erétil estão associados a problemas neurológicos. Alguns exemplos são doenças degenerativas (esclerose múltipla, doença de Parkinson), acidente vascular cerebral, tumores do sistema nervoso central e traumatismos.
- Anatômicas ou estruturais: pessoas que desde o nascimento ou mesmo por doenças adquiridas tenham alterações na anatomia peniana podem apresentar problemas na ereção e nas relações sexuais. Temos como exemplo a doença de Peyronie, uma condição vista mais comumente após a meia-idade, na qual ocorre a formação de uma placa de tecido endurecido ao longo dos tubos interiores do pênis, o que gera uma curvatura anormal e dificulta a ereção.
- Distúrbios hormonais: desequilíbrios hormonais podem ser causa de alterações da libido (desejo de ter relação sexual), principalmente a falta de testosterona, o que influencia diretamente na ereção. Outras condições também podem estar relacionadas, como disfunções da glândula tireoide (hipertireoidismo, hipotireoidismo), da glândula hipófise (hiperprolactinemia), entre outras alterações.
- Induzida por drogas: inúmeros medicamentos podem causar problemas na ereção, como anti-hipertensivos, remédios para depressão, antipsicóticos e uso de drogas como álcool, heroína, cocaína, metadona, entre outras.
- Psicológicas: problemas como ansiedade, depressão e estresse afetam mais a população adulta jovem, gerando transtornos de ereção por diminuírem diretamente a libido.
É possível prevenir
Devemos ter em mente que manter hábitos de vida saudáveis é o melhor caminho a seguir. Na maioria das vezes, as doenças associadas à disfunção erétil são passíveis de controle e tratamento. Ter atividade física regular, evitar consumo de álcool, tabaco e drogas ilícitas, alimentar-se de forma regrada e saudável são as chaves para prevenção.
O homem com disfunção erétil deve procurar um urologista e discutir o melhor tratamento para o problema, riscos, contraindicações e efeitos colaterais. Atualmente, a disfunção erétil é sempre tratável, mas o tratamento deve ser individualizado para cada paciente.
Tratamentos
Dependem das causas subjacentes. As mudanças do estilo de vida (não fumar, evitar ingerir bebidas alcoólicas, praticar atividade física, alimentar-se de forma saudável) são imprescindíveis a todos os homens. O tratamento pode ser dividido em não farmacológico (aconselhamento psicológico ou psiquiátrico), farmacológico (medicamentos que induzem a ereção) e cirúrgico. Para as pessoas que apresentam problemas psicológicos, a psicoterapia associada ou não a medicações para depressão é recomendada, devendo ser acompanhada por um psicólogo ou psiquiatra.
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Existem diversos medicamentos disponíveis que induzem a ereção ao facilitar o fluxo sanguíneo para o interior do pênis. Estes podem ser administrados diariamente, sob demanda antes das relações sexuais ou mesmo serem administrados pelo paciente por uma injeção direta no pênis. Lembrando sempre que devem ser utilizados somente sob supervisão médica e que necessitam de estimulação sexual para que se obtenha resultado. Em casos específicos ou mesmo refratários a terapia medicamentosa, as opções cirúrgicas de próteses penianas podem ser uma opção, com resultados satisfatórios, melhorando muito a qualidade de vida do homem. É possível escolher entre próteses maleáveis (semirrígidas), articuláveis ou infláveis.
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