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CORONAVÍRUS

Segundas doses em atraso dificultam flexibilização do uso de máscaras no RS

Questão controversa e que vem dividindo as autoridades de saúde nas últimas semanas, a flexibilização das máscaras de proteção segue avançando pelo País. Depois do município do Rio de Janeiro e do Distrito Federal, nessa quinta-feira, 11, o Maranhão também levantou a obrigação do uso do equipamento em locais abertos. Nos ambientes fechados, porém, a exigência permanece e só deve ser extinta quando a cobertura vacinal da população estiver maior.

No Rio Grande do Sul, conforme a Secretaria Estadual da Saúde, ainda não existe sequer discussão sobre essa mudança. Um dos motivos que explica a resistência é o elevado índice de pessoas com a segunda dose em atraso, especialmente entre os os jovens adultos de 18 a 29 anos. Dados divulgados nessa semana mostram que mais de 670 mil pessoas dessa faixa etária já estão no período correto, mas ainda não retornaram aos postos para completar o esquema vacinal.

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Ouvido recentemente pela Gazeta do Sul, o doutor em epidemiologia Paulo Petry entende como precipitada a iniciativa de abandonar as máscaras, mesmo em locais abertos e sem aglomeração. O coronavírus, de acordo com o especialista, continua circulando, ainda que em menor escala, e por isso é fundamental manter os cuidados para evitar novos picos da doença. Para ele, o uso do equipamento precisa se tornar um hábito e ser encarado com normalidade pela população.

Em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9 a secretária municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul, Daniela Dumke, também evitou estabelecer um número como meta para a desobrigação do uso das máscaras. “A liberação deve vir conforme as normativas do Estado, mas nós ainda não estamos pensando nessa questão”, afirmou. Os dados de imunização mais recentes mostram que o município está com pouco mais de 69% da população acima de 12 anos com as duas doses da vacina.

Falta vontade para acabar com a pandemia, diz OMS

Durante discurso no Fórum da Paz de Paris, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, disse que o fim da pandemia não depende somente do esforço dos pesquisadores e nem da evolução tecnológica. Para ele, o controle do coronavírus está relacionado à vontade política e incentivo dos países ricos aos mais pobres. “Quando a pandemia vai acabar? A resposta é: a pandemia vai acabar quando o mundo decidir acabar com ela”, disse.

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Tedros Adhanom pediu a colaboração dos países ricos para a distribuição de vacinas

Adhanom chamou a atenção para o aumento mundial no número de novos casos, o que, no entendimento dele, é um reflexo da ineficácia das medidas de saúde pública adotadas e também da distribuição desigual das vacinas. Os dados da organização mostram que mais de 80% dos imunizantes aplicados no mundo estão concentrados entre os 20 países mais ricos. Essa situação é vista como “epidemiológica, econômica e moralmente errada” pelo diretor-geral da instituição. No continente africano, para se ter uma ideia, a taxa de imunização da população é de pouco mais de 5%, considerada muito baixa pela OMS.

Em reunião com ministros dos países com alta cobertura vacinal, Adhanom pediu a colaboração desses governos para fornecer vacinas onde há necessidade. O apoio, no entanto, foi pequeno. “Nenhum país com alta cobertura vai acabar essa pandemia sozinho, só quando todos os indivíduos estiverem seguros”, afirmou.

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