Um caso recente, que gerou repercussão em Sinimbu, foi elucidado pela Polícia Civil. Os investigadores descobriram que um doceiro, inicialmente tratado apenas como vítima de agressões por parte de um tratorista, após envolver-se sozinho em um acidente de trânsito em Linha Cerro Branco, interior do município, teria sido o autor de um disparo que assustou os moradores da localidade. Ele foi indiciado por posse irregular de arma de fogo.

A desavença que quase terminou em morte aconteceu em 8 de agosto. Por volta das 18h30, o doceiro, vendedor de rapaduras, trafegava em um Volkswagen Gol pela localidade, quando perdeu o controle do carro em uma curva. O automóvel capotou em um barranco. Mesmo machucado, o homem de 52 anos conseguiu pedir ajuda para moradores das proximidades.

Um deles, de 32 anos, pegou o seu trator e foi até o local tentar puxar o veículo de volta para a estrada. Nesse meio-tempo, o vendedor, morador do centro de Sinimbu, ligou para sua esposa, de 55 anos. A mulher foi de carro ao ponto do acidente acompanhada da sogra dela, de 72, para retirar os produtos, já que, devido aos estragos, o veículo teria que ser levado por um guincho a um depósito.

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As discussões que se sucederam foram esclarecidas durante a investigação da Polícia Civil de Sinimbu. “Quando a mulher chegou lá, ficou irritada pelos estragos e teve uma breve discussão com o marido. Este, por sua vez, com raiva, disse que então iria colocar fogo no carro. Aí o tratorista comentou que se queria isso, não precisava ele ter feito o esforço de retirar o veículo do barranco”, revelou o inspetor Marcelo Jackisch.

O clima ficou tenso e o tratorista falou que iria embora do local. Então o doceiro teria feito um comentário pejorativo para ele, o que deu início a uma briga. “A mãe do comerciante tentou separar e acabou agredida pelo tratorista. O doceiro então foi até o carro, pegou uma espingarda calibre 28 que tinha ali e disparou para cima, assustando os moradores que estavam perto e o motorista do trator”, complementou Jackisch.

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Tratorista foi preso em flagrante

Os investigadores apuraram que, após os disparos e a saída rápida dos moradores, o doceiro foi embora no carro antes conduzido por sua mulher. Já o tratorista foi em casa pegar suas armas. Enquanto voltava a pé para o local do acidente, para buscar o trator que havia deixado, a Brigada Militar, que já tinha sido acionada por moradores, encontrou-o na via com uma espingarda calibre 32 nas costas e um revólver calibre 32 em punho.

O homem de 32 anos, que já possuía antecedentes por lesão corporal e violência doméstica, foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo e lesões corporais no comerciante e na mãe dele. Mais tarde, foi encaminhado ao Presídio Regional de Santa Cruz do Sul. No mesmo dia, no entanto, a Justiça concedeu liberdade ao acusado e ele foi solto.

“No caso do doceiro, após identificarmos todas as ações do fato, representamos por um mandado de busca e apreensão na sua casa, onde encontramos a espingarda calibre 28 usada por ele, que estava registrada no nome de outra pessoa. Ele vai ser indiciado por posse irregular de arma de fogo”, finalizou o inspetor Marcelo Jackisch. Os dois indiciados vão responder pelos crimes em liberdade. Os seus nomes não foram revelados pelas autoridades policiais.

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