A campanha Outubro Rosa termina em alguns dias, junto com o décimo mês do ano, mas ações com o objetivo de conscientizar as mulheres sobre a prevenção do câncer de mama e de apoio às pacientes são constantes. O tratamento, aliás, é um dos pontos que suscita mais dúvidas, devido às reações e transformações do corpo e do organismo como um todo. Confira, a seguir, alguns mitos e verdades sobre o câncer de mama:
Só mulheres têm câncer de mama?
A ginecologista e mastologista Indira Dini Schwengber diz que, embora bem mais frequente em mulheres, cerca de 1% dos homens também podem ter tumores malignos na mama. Isso ocorre porque eles também têm glândulas mamárias e hormônios femininos, mesmo que em pequena quantidade. Geralmente, os tumores de mama surgem em homens com mais de 60 anos ou que tenham história familiar de câncer de mama ou de ovário. O tratamento tem as mesmas indicações que o do câncer de mama feminino. É importante que os homens também conheçam o próprio corpo e fiquem atentos.
Perder cabelo é inevitável?
Conforme a oncologista Sheila Calleari Marquetto, não é toda quimioterapia que tem como efeito colateral a queda do cabelo. Existe uma alternativa que é a crioterapia capilar, procedimento que consiste em uma touca gelada colocada previamente ao tratamento quimioterápico. A chance de não haver a queda do cabelo é de 50%, mas, na prática, observam-se resultados com pacientes perdendo cerca de 20%. Tal tratamento precisa ser avaliado pelo oncologista. Após o término da quimioterapia, o cabelo sempre volta a crescer e as pacientes costumam gostar muito do “novo” cabelo.
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É possível usar cosméticos?
Os oncologistas Alexandra Petri Loureiro e Marcelo Dotto explicam que sim, desde que haja a orientação para uso de produtos hipoalergênicos e sob recomendação médica. É importante lembrar que é necessário ter cuidado com a higiene das mãos e evitar compartilhar a maquiagem com outra pessoa.
Vida sexual é afetada?
Ainda segundo os médicos Alexandra Petri Loureiro e Marcelo Dotto, não há nada que impeça a mulher de manter relações sexuais durante o tratamento. É muito importante, no entanto, que a paciente converse com o médico sobre os métodos anticoncepcionais e sobre questões psicológicas e hormonais que podem afetar a vida sexual.
E a fertilidade?
Indira Dini Schwengber, ginecologista e mastologista, afirma que a fertilidade pode ser afetada. Cada paciente deve ser avaliada individualmente, já que o tratamento vai depender do tipo de tumor, das características biológicas e do estadiamento (tamanho do tumor na mama, envolvimento de linfonodos axilares e possíveis metástases). A cirurgia e a radioterapia mamária não afetam a fertilidade, mas, geralmente, os tumores precisam de tratamento adjuvante ou com hormonioterapia, ou com quimioterapia, ou com ambos.
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Métodos alternativos?
Os doutores Alexandra Petri Loureiro e Marcelo Dotto afirmam que não devem ser adotados tratamentos alternativos sem conhecimento do médico. Todo tratamento complementar que a paciente optar por utilizar em paralelo ao tratamento oncológico padrão deve ser comunicado ao médico oncologista, sob pena de haver interferência e perda de eficácia da terapia standard.
Há risco de interação com antidepressivos?
Sheila Calleari Marquetto salienta que sim, principalmente com o uso do medicamento tamoxifeno, que é um tratamento usado nas pacientes que têm câncer de mama com receptor hormonal positivo. Segundo a médica, alguns antidepressivos podem diminuir a eficácia do tratamento oncológico; por isso, sempre é preciso revisar os medicamentos antes de iniciar o uso do tamoxifeno, assim como a paciente deve avisar o oncologista caso algum medicamento tenha sido prescrito por outro médico.
É preciso repouso?
Não há recomendação de repouso absoluto durante o tratamento, de acordo com a oncologista Sheila Calleari Marquetto. As pacientes são protegidas por uma lei segundo a qual, durante o tratamento oncológico, poderão ficar afastadas de suas atividades laborais, uma vez que há dias nos quais se sentirão mais indispostas devido aos efeitos desse processo.
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No entanto, muitas pacientes preferem continuar na ativa, justamente porque se mantêm ocupadas e, assim, tiram o foco dos pensamentos da doença. Nesses casos, é recomendado que se busque um bom acordo com a empresa, pois, eventualmente, haverá dias em que elas necessitarão se ausentar do trabalho.
Quanto aos exercícios físicos, é possível mantê-los, mas é preciso ponderar, devido à fragilidade pessoal do momento. Cada paciente deve sempre respeitar os próprios limites, não precisando de superação física neste momento. Além de todas essas dicas, o acompanhamento psicológico é de extrema relevância, por se tratar de um momento diferente, em que a sensibilidade aflora e no qual é muito importante o autoconhecimento.
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