Ao menos até o final dos anos 80, para se conseguir um “bom emprego” era imprescindível ser datilógrafo. Nas décadas de 1950, 60 e 70, logo que o filho (ou filha) completava 14 anos, os pais tratavam de matriculá-lo em um curso de datilografia. Lá, ele aprendia a “bater à máquina” como se dizia, além de outros segredos como alinhamento no início e no fim da linha, tabulação, trocar a fita, etc.

Um dos primeiros cursos de datilografia (talvez o primeiro!) da cidade ocorreu em 1932 e foi promovido pela Associação Comercial, que tinha José Carlos Kohmann como presidente. Os professores eram Cilla Amorim e Matilde Clarency, que vieram de Porto Alegre.

As aulas foram na casa de Fritz Kern, na Rua Marechal Floriano, 558. A foto histórica (veja abaixo) foi doada ao Museu do Colégio Mauá pelos filhos de Henrique e Cilly Heinz Lamberts. Confira os participantes:

Da esquerda para direita, na primeira fila (no alto): Rudi Strohschen, Ewaldo Hermany, Carlos Leopoldo Schuck, Hugo Kohmann e Heitor Menezes.

Na segunda fila: Armando Eichenberg, Maria Menezes, Cilly Heinz Lamberts, Lore Duecker Heuser, Aracy Karan e Oscar dos Santos.

Terceira fila, sentados: Adalberto Holtz, professora Cilla Amorim, José Carlos Kohmann, José Koelzer (intendente municipal), Arthur Jaeger, João Carlos Frantz, professora Matilde Clarency e Gastão Ruschel.

Curiosidades: no final das aulas, houve um concurso para escolha do melhor datilógrafo, título que ficou com Lore Duecker Heuser (mãe do falecido empresário Curt Heuser).

José Koelzer foi o último intendente de Santa Cruz do Sul (assumiu em 1929) e foi o primeiro prefeito municipal até 1933. Em pleno mandato, tirou tempo para as aulas.

João Carlos Frantz era advogado e irmão do jornalista Francisco J. Frantz, fundador da Gazeta do Sul, e da senhora Annita Frantz Fairon.

Fonte: artigo de Hardy Martin, publicado na Gazeta do Sul.

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