A 2ª Guerra Mundial (1939-1945) gerou transtornos aos brasileiros. Um deles foi a falta de gasolina e diesel. Os automóveis permaneciam nas garagens e o motor era ligado por alguns minutos, durante a semana, para não ficar “encravado”.
Órgãos públicos e carros de praça (táxis) recebiam uma pequena cota de combustível. As bicicletas e charretes (aranhas) tornaram-se indispensáveis para a circulação. Algumas famílias mandaram fabricar carruagens para os passeios nos finais de semana.
Com a falta dos produtos, oficinas começaram a construir um equipamento chamado de gasogênio. Na traseira do carro, instalavam um cilindro, tipo estufa, que recebia carvão, lenha ou sabugo de milho. O gás produzido pela queima era canalizado para acionar o motor.
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Com o chamado gás pobre, o veículo perdia até 50% da potência, mas era a única forma de andar. Os motoristas levavam sacos de carvão para o reabastecimento. Muitas vezes, terminava o material para a queima e eles eram obrigados a entrar nos matos para cortar lenha. Os postos, ao invés de gasolina e diesel, vendiam carvão.
A A.Caspary, de Santa Cruz, que ficava na Rua Ramiro Barcelos, em frente da Gazeta, foi uma das principais empresas a produzir e instalar os kits de gasogênio. Batizado de Farrapo, ele tinha aprovação da Comissão Estadual do Gasogênio e foi colocado em carros, caminhões e ônibus por todo o Estado. O gás ajudou a manter o transporte de passageiros e de mercadorias, evitando a paralisação completa da economia.
O gasogênio já era conhecido na cidade desde 1929, quando a cervejaria Santa Cruz instalou uma estrutura de produção de gás. Ele movimentava uma máquina que produzia gelo, para conservar o chope e a cerveja. Ainda acionava um gerador, que fornecia energia elétrica para casas próximas.
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