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REINCIDENTE

Jogador que agrediu juiz tem histórico de violência na carreira

Foto: Banco de Imagens/Gazeta do Sul

William em 2017, quando defendeu o Esporte Clube Avenida, em Santa Cruz

O nome de William Cavalheiro Ribeiro chegou a estar entre os assuntos mais comentados nas redes sociais na noite dessa segunda-feira, 4. O momento de maior destaque da carreira do jogador de futebol, agora com 30 anos, infelizmente, foi por um episódio lamentável e oposto aos princípios básicos do esporte. O histórico de Ribeiro tem esses dois lados: talento para a bola e tendência à violência. Nessa segunda-feira, ele fazia boa apresentação com a camisa do São Paulo de Rio Grande no gramado do Edmundo Feix, em Venâncio Aires, até perder a cabeça, por volta dos 15 minutos do segundo tempo, e agredir o árbitro da partida.

Com passagem pela base do Sport Club Internacional e bom desempenho em equipes do interior, incluindo times do Vale do Rio Pardo, William tem ao menos três antecedentes criminais por lesão corporal, um por ameaça e dois por provocação de tumulto. Em 2021, há dois relatos de problemas: em jogo do São Paulo contra o Lajeadense, mesmo sem estar relacionado para a partida, agrediu um torcedor. Ele também teria brigado com um sócio do clube.

O jogador atuou no Avenida, de Santa Cruz do Sul, em 2017, com 11 jogos disputados e um gol marcado. Na oportunidade, chegou a trocar socos com o volante Fernando Urnau, do Guarani-VA, na disputa do terceiro lugar na Copa dos Vales. Em 2015, quando jogava no Farroupilha, agrediu o goleiro Fábio, do São José, e foi expulso. Na saída do gramado, deu um soco em Wagner, zagueiro adversário que estava no banco. Em 2014, quando defendia o Guarani-VA, atingiu um jogador do Pelotas com um soco.

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William fazia bom jogo, avalia repórter que acompanhava a partida

A exemplo do que demonstrou na carreira, William apresentava bom futebol na partida dessa segunda-feira, até reagir violentamente a uma advertência. “Era o principal jogador do São Paulo em campo. Muito habilidoso, rápido. Recém tinha criado uma oportunidade de gol para o time, antes de o Guarani fazer o gol”, avalia o jornalista Daniel Heck, que trabalhava na cobertura da partida pela Rádio Terra FM, de Venâncio Aires.

Heck não viu o início das agressões do jogador ao juiz, porque, bem na hora, tinha a atenção direcionada a substituições que o time rio-grandino fazia. O repórter conta que todos à beira do gramado ficaram atônitos com o acontecido. Durante a partida, William não havia demonstrado irritação com a arbitragem.

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Na verdade, quem reclamava do trabalho do juiz Rodrigo Crivellaro era o time da casa, que teve um gol anulado na primeira etapa. “No intervalo, ele (William) saiu tranquilo. Os jogadores do Guarani foram reclamar do gol anulado, mas o time do São Paulo foi para o vestiário”, relembra Daniel Heck.

O radialista Moacir Eisermann acompanhava a partida pela Rádio Venâncio Aires e viu um jogo “pilhado”, valendo vaga para a sequência da competição, o que pode ter acirrado os ânimos de todos. O experiente repórter conta que o juiz acompanhava outro lance, do qual William não participava e, quando a bola parou, se dirigiu ao jogador para mostrar um cartão amarelo, possivelmente por reclamação. Antes mesmo de o árbitro confirmar a advertência, no entanto, William o atingiu com o braço no rosto. Um jogador do Guarani, que estava próximo, teria descrito o golpe como uma espécie de cotovelada, não um soco. Crivellaro caiu e foi chutado, já no chão.

“Destempero total do atleta, perante um lance que seria, talvez, para cartão amarelo para ele, por reclamação, por um lance sem bola. E o William, já não gostando de algum (outro) lance do jogo, quando vai receber o cartão já agride”, conta Eisermann.

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Em 2014, pelo Guarani, William deixou boa impressão

O jornalista Daniel Heck já acompanhava o futebol local quando William Ribeiro vestiu a camisa rubro-negra de Venâncio Aires, em 2014. O Guarani foi vice-campeão da Copa FGF e o gol que colocou o time na final foi justamente de William. Ele marcou logo no início do jogo de volta da semifinal, contra o sub-23 do Internacional, em pleno Beira Rio. O Índio perdeu aquela partida por 2 a 1, mas classificou pelo gol qualificado, já que havia vencido a primeira partida por 1 a 0.

Na passagem por Venâncio, o jogador deixou boa impressão. “Sempre foi muito quieto, em entrevista pós-jogo falava pouco, bem objetivo. Nunca teve nenhuma situação de agressão, de briga, foi sempre muito de boa, não me recordo de nenhum episódio. Foi um dos destaques do time naquela campanha”, conta o repórter.

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