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Michele Waechter: voluntária doa tempo, empatia e força

Foto: Rafaelly Machado

Michele concilia o trabalho de presidente da entidade com os compromissos profissionais – formada em Jornalismo, tem uma empresa de comunicação –, além do desafio de ser mãe

Desde 2018, Michele Henn Waechter, de 42 anos, exerce um trabalho que precisa de muita força e amor. Ela atua, voluntariamente, na Liga Feminina de Combate ao Câncer de Santa Cruz do Sul. Concilia o trabalho de presidente da entidade com os compromissos profissionais – formada em Jornalismo, tem uma empresa de comunicação –, além do desafio de ser mãe de Milena, de 12 anos, e Leonardo, 6.

Michele conheceu o trabalho da Liga por meio do Hospital Ana Nery, onde trabalhou por muitos anos. Além disso, a mãe dela é voluntária da entidade, e com ela também pôde acompanhar ações e eventos do grupo.“Eu vou conciliando minhas atribuições profissionais e familiares com o voluntariado e mantenho contato direto com nossa secretária. Em outubro, por exemplo, em função do Outubro Rosa e da Oktoberfest, meu envolvimento com questões pertinentes à Liga é muito maior.”

Neste tempo em que está na Liga, Michele acumula momentos inesquecíveis. Um deles foi um evento alusivo ao Outubro Rosa, em prol da Liga, que aconteceu em 2019. Na ocasião, foi realizado um desfile com vestidos de festa e as modelos eram pacientes acompanhadas pela Liga. “Todas foram produzidas para o evento e estavam lindas. A maioria nunca tinha tido a oportunidade de usar uma roupa assim. O desfile teve direito a tapete vermelho e a emoção tomou conta dos presentes. Foi lindo e emocionante”, conta.

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Para receber apoio da Liga, o paciente (homens e mulheres) precisa apresentar documento, comprovante de residência em Santa Cruz, comprovante de renda familiar de até três salários mínimos e laudo/atestado que comprove o diagnóstico de câncer. A partir disso, passa a receber visitas domiciliares de voluntárias. São elas que entregam as cestas básicas, roupas, cobertores com quadradinhos de tricô, mimos em datas comemorativas. “Além disso, levam carinho e amor.”

O paciente cadastrado recebe um auxílio com medicamentos de até R$ 170,00/mês. Ele apresenta a receita na sede da Liga e recebe uma autorização para ir até uma farmácia cadastrada, onde retira o medicamento. O paciente recebe também suplementos alimentares, mediante receita da nutricionista do centro de oncologia do Hospital Ana Nery.

“Outro projeto realizado é o Mãos Ligadas, com encontros semanais entre pacientes e voluntárias nas dependências da Casa da Amizade. Em cada encontro, uma atividade diferente é realizada, como palestras, yoga, relaxamento, exercício físico.” A Liga fornece também sutiãs pós-cirúrgicos (para as pacientes que passam por cirurgia de câncer de mama) e empresta cama hospitalar, cadeira de rodas, cadeira de banho, muleta, andador etc.

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Todo o trabalho é 100% voluntário e a entidade conta apenas com uma secretária contratada, que trabalha de segunda a sexta na sede da Liga, das 7h30 às 12 horas e das 13 às 17 horas. É ela que recebe as solicitações de medicamento, suplementos, realiza e atualiza cadastros dos pacientes e auxilia nas demandas burocráticas.

Michele e as demais que integram a entidade precisam desempenhar a função com empatia e carinho. Essas mesmas atribuições precisam ser exercidas pelos familiares. “Muitas vezes as pessoas não sabem como lidar com a doença e acabam se afastando justamente no momento em que o paciente mais precisa. Empatia e solidariedade devem ser os norteadores.”

Michele orienta os familiares e amigos para que prestem auxílio, respeitem as fases da doença – com seus momentos de esperança e de desespero – e estejam presentes em todas as etapas do tratamento. Mas, mesmo com o apoio da família, campanhas que incentivam o diagnóstico precoce e as grandes chances de cura quando o diagnóstico é feito na fase inicial, a doença causa temor aos pacientes.

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“O melhor caminho a ser percorrido é realizar o tratamento de cabeça erguida, com otimismo e confiança.” Como a enfermidade afeta o emocional, Michele diz que é preciso aceitar ajuda. “Ter a oportunidade de falarmos sobre o que estamos sentindo, quais são os medos, angústias e expectativas, pode ajudar bastante.”

Com o encerramento da gestão, no fim do ano, Michele quer buscar outras fontes de renda para a entidade, profissionalizando o trabalho de captação de recursos. “Fizemos uma parceria com uma empresa especializada nesta área e os frutos estão começando a ser colhidos.”

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