O escritor espanhol Javier Cercas, 59 anos, tem pouco mais de uma dúzia de livros publicados, menos de uma dezena deles de narrativas de ficção. No entanto, acumula seguramente duas dúzias de prêmios importantes, no país dele e no exterior. Só esse fato já poderia dar uma dimensão da qualidade ou da recepção crítica e de leitura obtida por sua obra.
E não se trata de uma nação qualquer, ou sequer minimamente desprezível, no universo da literatura. Muito pelo contrário. A pátria de Cervantes sempre foi e sempre será uma referência incontornável para quem quiser se manter atualizado sobre o que de melhor se escreve no mundo todo. Mesmo na atualidade, ao lado de Cercas estão autores como seu xará Javier Marías, bem como Enrique Vila-Matas, Arturo Pérez-Reverte, Fernando Aramburu (cujo Pátria é uma pérola) ou as damas Almudena Grandes e Rosa Montero, ou ainda um que sobressai a todos, Antonio Muñoz Molina, citado de forma recorrente para o Nobel.
Assim, vale jamais se descuidar quando um autor como Cercas lança novo romance, o que é o caso, agora, com Terra alta, que acaba de ser lançado pela Tusquets (304 p. R$ 66,90), em tradução de Mariana Marcoantonio. E o novo livro aposta num gênero que fala muito alto à literatura espanhola, o do suspense, ou da investigação policial. É sempre prato cheio para explorar o raciocínio lógico, ou nem tanto, tudo permeado de cultura erudita ou popular, o que, por extensão, aproxima o leitor do universo real, histórico, político e afetivo de um lugar.
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