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SAÚDE

Testagem, público restrito e conscientização garantiram segurança sanitária na Expointer

tuação dos monitores da Saúde foi decisiva no cumprimento dos protocolos durante a feira | Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

Iniciado no mês de abril na Secretaria da Saúde (SES), o planejamento para tornar possível a realização da 44ª Expointer resultou em nove dias de uma feira sanitariamente segura, com risco reduzido de contágios por Covid-19 e espaço para conscientização sobre prevenção e proteção à saúde, individual e coletiva. “Foram muitos meses de preparação, estudos e ajustes para montar os protocolos e a estrutura necessária para fazer essa feira, que certamente já virou referência e inspirará futuros eventos no Estado. Estamos imensamente orgulhosos do que conseguimos construir e executar aqui”, disse a secretária da Saúde, Arita Bergmann.

O sucesso do evento pode ser atribuído a fatores como a testagem prévia de todos os trabalhadores e expositores, requisito para a entrada no parque, à retestagem durante a feira e à ação assertiva dos 115 monitores que circularam durante toda a feira pedindo gentilmente o cumprimento dos protocolos, como o uso de máscara e chimarrão individual. “A atuação dos monitores foi educativa. Com o passar dos dias, bastava um olhar ou a simples presença dos verdinhos (como passaram a ser conhecidos em função da cor dos coletes que usavam) para que algum comportamento inadequado já fosse imediatamente corrigido”, explicou Arita, que acompanhou os monitores em ação durante visitas à Expointer.

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Antes da feira, foram realizados 628 testes (RT-PCR e antígeno) em trabalhadores e expositores que chegaram ao parque sem o teste prévio. Destes, 13 foram detectáveis, e as pessoas não puderam acessar a feira. Durante o evento, para monitorar a circulação do vírus, foram feitas 198 novas testagens, com cinco detectáveis, que acabaram isolados. “Rastreamos os contactantes desses casos positivos e fizemos dezenas de testes para examinar a cadeia de transmissão, e não houve surto. Foram cinco casos isolados”, disse a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Cynthia Molina Bastos, que capitaneou a estratégia de Saúde na feira.

A limitação de público, tanto para acessar o parque quanto para circular nos pavilhões, também se mostrou uma estratégia acertada para evitar aglomerações e diminuir o risco de disseminação do coronavírus. Nos pavilhões, catracas e sensores contabilizavam em painéis o número de visitantes que acessavam os locais, o chamado cercamento eletrônico. A catraca do pavilhão da Agricultura Familiar bloqueava automaticamente quando o limite de pessoas era atingido. Uma pessoa precisava sair para que outra pudesse entrar. No sábado, 11, o limite foi alcançado e a luz vermelha acendeu no painel da Agricultura Familiar. Para entrar, só se saísse alguém. Isso garantiu um ambiente mais seguro tanto para os agricultores familiares quanto para os que queriam fazer compras.

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Além da catraca eletrônica para controlar o acesso aos pavilhões, foi delimitada uma área específica para compra e consumo de alimentos, o único local onde podia retirar a máscara. No restante do parque, não foi permitido circular bebendo ou comendo. Até mesmo o chimarrão estava restrito: só podia ser tomado sozinho, distante das outras pessoas.

Espalhados pelo parque, cem lavatórios equipados com duas pias cada, sabonete líquido e álcool gel, foram aliados da higienização das mãos, reduzindo os contágios e agradando os visitantes. A SES distribuiu ao público 2,7 mil máscaras. A SES realizou, ainda, 20 coletas de água para análises de cloro, turbidez e coliformes fecais, além de vistoriar restaurantes e bares para orientar sobre a alimentação vendida ao público. A bordo de um carrinho e usando megafones, técnicos do Cevs realizaram 64 rondas de saúde, quando percorreram as vias internas do parque alertando sobre os protocolos e estimulando comportamentos adequados. No sábado, foi a vez do Guri de Uruguaiana assumir o megafone, de forma voluntária, e dar o recado: “Arruma a máscara aí, vamos proteger a boca e o nariz. Mas que barbaridade”.

Educação em Saúde

Residentes em saúde promoveram 51 horas de atividades interativas com os visitantes da feira. Com o uso de bambolês, era demonstrado o distanciamento que uma pessoa deve manter da outra. Uma segunda atividade usava uma fumaça a base de amido de milho e corante alimentício que era soprada em direção a um voluntário. Dessa forma, o rosto e outras áreas descobertas ficavam sujos, enquanto, ao tirar a máscara e ver a própria imagem refletida em um espelho, a pessoa percebia que nariz e boca permaneciam limpos. O pó atóxico era de fácil limpeza após a atividade. Uma máscara nova era fornecida após a demonstração.

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As atividades educativas foram uma parceria entre o Cevs e o Telessaúde RS, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Acadêmicos de diferentes instituições de ensino superior e pós-graduação que executaram as ações receberão certificado de participação, atestando que contribuíram para a disseminação de informações e educação em saúde. Os acadêmicos são de áreas como serviço social, odontologia, biomedicina, farmácia e outras da Ufrgs e da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (Ufcspa). “A união de diferentes instituições, como academia e gestão pública da saúde, dá força e visibilidade às nossas ações e potencializa o que pode tornar o mundo melhor”, comentou a diretora do Cevs, Cynthia Molina Bastos, que organizou a parceria.

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Cynthia também foi responsável pela criação de um acessório que fez sucesso nos restaurantes da feira, o porta-máscaras. Dez mil unidades foram distribuídas durante a exposição. De montagem simples, o item é composto de uma folha impressa com indicações de pontos de dobra e recorte, deixando a máscara protegida durante o momento da alimentação. “A refeição é quando a pessoa vai ter que tirar a máscara e, deixando em cima de mesa ou no bolso, pode contaminá-la”, explica a residente em saúde do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) Natália Pasqualin. “Por isso é importante ter um local seguro para poder guardar e não deixar a máscara contaminar a mesa e nem o contrário“.

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Disque 150

Visitantes e trabalhadores da Expointer que tiverem sintomas gastrointestinais ou gripais depois de passar pela feira podem acessar o Disque Vigilância do Estado, pelo telefone 150 (de segunda a sexta, das 8h30 às 22 horas, e sábados, domingos e feriados, das 8 horas às 20 horas). O monitoramento após a feira é importante para o controle sanitário do evento e para completar o acompanhamento da vigilância. “Houve um trabalho prévio de preparação ao evento, realizamos diversas ações durante a exposição e só encerraremos nosso trabalho de vigilância após o evento, buscando identificar situações de saúde que possam estar relacionadas com a Expointer”, disse a coordenadora das ações de saúde na Expointer, Lilian Borges Teixeira.

Entre os sintomas gastrointestinais que a pessoa deve informar, os principais são diarreia, vômito, náusea (enjoo) e dor abdominal. Os sintomas gripais são febre (ou calafrios), coriza, congestão nasal, tosse seca ou irritação na garganta. Em caso de sintomas gripais, a pessoa receberá a indicação de procurar atendimento médico para a testagem da Covid-19 e, se vier a ter o diagnóstico positivo, o relato da passagem pela feira pode ajudar a vigilância a buscar outros possíveis casos. Essa é uma medida que, em tempo oportuno, pode ajudar a identificar e isolar outras pessoas, interrompendo uma possível cadeia de transmissão.

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