O Departamento de Perícia Médica de Nova York conseguiu identificar formalmente mais duas vítimas do atentado de 11 de Setembro nos Estados Unidos. Uma delas se chama Dorothy Morgan, que vivia em Hempstead, no Condado de Nassau. A segunda vítima, um homem, não teve o nome revelado a pedido da família. Com a atualização, chega a 1.647 o número de pessoas identificadas após o ataque terrorista no World Trade Center em 2001. O trabalho é resultado de análises contínuas de DNA de restos mortais recuperados no local da tragédia.
“Vinte anos atrás, fizemos uma promessa às famílias das vítimas do World Trade Center de fazer o que fosse necessário pelo tempo que fosse necessário para identificar seus entes queridos. (…) Não importa quanto tempo passe, nunca esqueceremos do 11 de Setembro e nos comprometemos a usar todas as ferramentas à nossa disposição para garantir que todos aqueles que foram perdidos possam se reunir com suas famílias”, ressaltou Barbara A. Sampson, chefe do departamento, em comunicado.
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Não havia atualização na identificação de vítimas do atentado desde outubro de 2019. Atualmente, 1.106 pessoas – aproximadamente 40% dos que morreram no ataque – ainda não foram formalmente reconhecidas.
‘Reabrir velhas feridas’
Segundo a família, Dorothy Morgan trabalhava como corretora de seguros no complexo que entrou em colapso ao ser atingido por dois aviões comerciais sequestrados por terroristas da rede Al-Qaeda. Sem os restos mortais, nunca foi possível fazer um enterro adequado. A filha dela, Nykiah Morgan, se disse surpresa com a identificação duas décadas após a tragédia.
“Eu não sabia que eles ainda estavam tentando fazer isso depois de todos esses anos”, revelou ela em entrevista ao jornal New York Times. Após o ataque, Nykiah contou que teve esperanças de que a mãe estivesse viva. Ela viajou a Manhattan várias vezes procurando por ela, sem sucesso. Em outubro de 2001, Dorothy foi homenageada na igreja que a família frequentava.
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Após tantos anos, a filha não tem certeza se quer fazer a retirada dos restos mortais da mãe e teme que o enterro de um caixão com um pequeno fragmento de osso possa afetar ainda mais o luto que viveu. “De repente, você tem que decidir o que fazer com um ente querido que morreu há 20 anos. É quase como reabrir velhas feridas. Com o tempo, você sente que está melhorando, mas algo assim acontece 20 anos depois e você tem que lidar com tudo de novo”, lamentou.
De acordo com o jornal, a investigação relacionada ao 11 de Setembro é a maior ação de busca de pessoas desaparecidas já realizada nos Estados Unidos. Durante 20 anos, equipes de peritos têm testado repetidamente 22 mil pedaços de restos mortais encontrados nos destroços.
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