Das 218 agroindústrias no Pavilhão da Agricultura Familiar da 44ª Expointer, 11 são do Vale do Rio Pardo. Responsáveis por levar para mais longe as riquezas da região, as empresas expõem, até domingo, 12, os mais variados produtos, como biscoitos, embutidos, flores, mel, pães e cucas. Protagonistas no pavilhão, as mulheres representam 39% das coordenações dos empreendimentos, conforme a Fetag-RS.
Uma delas é Vanessa Cristiane Ferreira, de 29 anos, proprietária da Agroindústria de Embutidos Ferreira, de Passo do Sobrado. Criado em dezembro de 2020, durante o turbulento período da pandemia, o empreendimento já está expondo na maior feira agropecuária a céu aberto da América Latina.
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“A Expointer é uma vitrine, mas, com a pandemia, sem poder ter a degustação, a venda está um pouco devagar. Claro que isso vai ser gradativo, estamos também querendo visar o futuro e o nosso crescimento, estamos vindo para sentir como é, para estarmos mais preparados nos próximos anos”, comenta.
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Também presente na feira, a Agroindústria Sabor Caseiro, de Barros Cassal, está vendendo biscoitos de diversos tipos, além de pães e cucas recheadas. “Temos biscoitos de vários sabores, como mel, milho, melado, de suco de laranja. Temos também sabor manteiga e a bolacha bombom, coberta com chocolate e côco. Essas duas são maravilhosas”, garante a expositora Edir Alves de Fagundes.
A aposentada ajuda a sobrinha, que é proprietária do negócio, nas edições da Expointer. “Já vim outras vezes e notei que essa feira está bem diferente, com público bem controlado, mas o movimento está dentro do esperado.” A expectativa, segundo Edir, é que as vendas melhorem ainda mais nos últimos dias da feira.
Outro empreendimento do Vale do Rio Pardo no pavilhão da Agricultura Familiar é a Casa do Mel Serrano, de Venâncio Aires. O apicultor Vilson Schlosser, 54 anos, conta que trabalha com as abelhas Apis, que são as com ferrão. Essa é a segunda vez que ele participa do evento. “É uma feira diferenciada. Estamos na expectativa de que o povo venha, pois tem toda a segurança. Nosso mel é diferenciado. Como somos da região serrana, temos bastante diversificação de flor e trabalhamos em cima de um mel multiflor, que é nossa marca. Isso gera um mel de excelente qualidade, diferenciado”, afirma.
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A empresa Skyllo Nozes, que atua há 21 anos em Arroio do Tigre, também expõe no pavilhão. É a primeira vez que o agricultor Rogério Vilhan, de 54 anos, vai à Expointer para vender. “Apesar do que está acontecendo com a pandemia, as vendas estão boas. Viemos através da Fetag, e agradecemos o convite deles, porque é uma vitrine para o negócio.”
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Já a loja Rosas do Deserto, de Mato Leitão, expõe na feira desde 2011. Para o produtor Moisés de Borba Ribeiro, de 43 anos, mesmo em moldes diferentes do que em anos anteriores, a edição da Expointer está surpreendendo. “Ano passado eu vim no drive-thru e não vendeu muito. Nesse ano está acima das expectativas.”
Ribeiro explica que a rosa do deserto é uma planta que gosta de sol e que floresce de outubro a maio. “Toda flor tem que ter um carinho e a gente orienta as pessoas a deixarem mais no sol, a cuidar no inverno e, no resto do ano, deixar mais na rua. Mas normalmente ela é uma planta bem fácil de cuidar, que tem um formato diferente. Graças a Deus, nossa venda é bem aceita aqui na Expointer.”
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Campeões
O touro Fazendeiro de Santa Alice 2122, da Cabanha Boeck, de Encruzilhada do Sul, conquistou o título de Grande Campeão da raça Devon. O reprodutor pesa 850 quilos e completa 3 anos em outubro. Na categoria fêmea, o Grande Campeonato foi para a vaca Saudade Barão 5517, com 622 quilos e três anos e 11 meses de idade, que está prenha. A fêmea é mãe da Reservada Grande Campeã, terneira de um ano de idade. Os dois exemplares também pertencem à cabanha Boeck, de Everton Oliveira Boeck, único criador da raça participante da exposição deste ano, com seis animais.
“Pretendemos começar a retirada de embriões da Grande Campeã ainda em 2021. Além disso, trabalhamos para ampliar e aumentar o número de matrizes”, adiantou o pecuarista. “A Expointer está sendo uma ótima oportunidade de reconhecimento por parte de amigos e criadores, tomamos gosto e agora vamos participar de outras feiras e já pensamos em voltar a Esteio em 2022”, projeta Boeck, criador de Devon desde 2019 e um dos associados mais recentes da Associação Brasileira de Criadores de Devon e Bravon (ABCDB).
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O trio de jurados foi composto pelo diretor técnico da ABCDB, Lucas Hax, de Pelotas; Luiza Ramos Ribeiro, de Lages (SC); e Otávio Jacques, de André da Rocha (RS), integrantes do Conselho Técnico da associação. “Todos os animais apresentados são de extrema qualidade, e a Cabanha Boeck está no caminho certo”, garante Jacques.
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Para a presidente da ABCDB, Simone Bianchini, os animais premiados são exemplares excelentes e a Cabanha Boeck representou muito bem a raça. “Participar em Esteio é importante porque marca o início dos remates de primavera no Rio Grande do Sul. Por isso, a Expointer atrai também a atenção de criadores de outras regiões. Continuaremos trabalhando para que em 2022 tudo volte à normalidade”, afirma.
Educação do campo
No pavilhão da Agricultura Familiar, a Fetag-RS também oferece o espaço Educação do Campo – Experiências Exitosas. A coordenadora de mulheres da Fetag-RS, Maribel Moreira, frisa que há 21 anos o ensino tem destaque no espaço. “São escolas que trabalham com educação no campo e que todos os anos vêm à Expointer trazer experiências, trabalhos e tudo aquilo que está dando certo. Os alunos trabalham diversas temáticas, como a questão da sucessão rural. Nesse ano é diferente, não temos os alunos presentes conosco, mas temos os coordenadores das escolas. A gente convida o pessoal que vier ao pavilhão a passar aqui para conhecer e entender como acontece a educação do campo, e a sua importância para o meio rural”, explica Maribel.
A coordenadora destaca que 21% dos empreendimentos que estão no Pavilhão da Agricultura Familiar são representados por jovens. “Estamos muito felizes, porque a juventude está também abraçando a Expointer e está investindo na agricultura familiar.”
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